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Cordel-->ASSÉDIO SEXUAL - CRIME SEM CASTIGO -- 16/01/2009 - 10:37 (JOAQUIM FURTADO DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ritmo de martelo: pápá-papapá/pápá-papapá

ASSÉDIO SEXUAL

A jovem bonita, no primeiro mês
Do primeiro emprego em firma privada
Recebeu carinho, foi elogiada
Pelo bom trabalho que na firma fez
Entrava às oito, saía às seis,
Ao final da tarde, deixava sorrindo
O frio escritório e ia seguindo,
A pé para casa, pois morava perto.
Um jovem ou outro, metido a esperto,
Dizia um gracejo e ela achava lindo.

Assim são os dias de toda menina
Que começa a vida profissional.
Tudo é alegria. Tudo é tão legal!
Cada coisa é bela, pura, cristalina...
Vai passando o tempo e vem a rotina
Mudar pensamento, vida, coração,
E a jovem, cansada, já percebe, então,
Que o mundo ao redor já não é tão lindo
Que quando o seu chefe a trata sorrindo
Lhe diz sutilmente quem é seu patrão.

“Eu sou seu patrão, mas sou seu escravo”
Diz-lhe, certa tarde, junto à mesa dela.
Ela fica pálida, o rosto amarela,
E para que o chefe não vá ficar bravo
Evita palavra que pareça agravo
Evita olhá-lo, sabe que é preciso
E apenas sorri, um rápido sorriso.
Voltando ao trabalho toda a atenção
Mas sabe que aos pulos o seu coração
Sentiu que o fato foi só um aviso.

Os dias se seguem, sem que se repita
A vinda do chefe junto a sua mesa.
Porém não esquece, pois tem a certeza
Que um dia ele volta. E ela, aflita
Aguarda o momento da sua desdita.
E enquanto trabalha, cumprindo a função
A sua tarefa lhe traz distração
Até que outra tarde, no segundo mês
Junto a sua mesa esbarra outra vez
A figura tosca do gordo patrão.

Diz um galanteio, fingindo paixão
E fita a jovem, em clara paquera,
Faz perguntas fúteis, diz-lhe que espera
Merecer um dia a sua atenção.
É claro o assédio que faz o patrão
E a jovem não sabe mais como fazer;
Sufoca as palavras, temendo ofender.
E apesar do asco que sente do chefe
Emudece a voz, refreia o tabefe...
Sem o seu emprego, como vai fazer?

A jovem conhece que assédio é crime
Mas sabe, também, que é muito difícil
Acusar o chefe, sem o sacrifício
Do cargo que ocupa. E em ato sublime
Mente que é casada. Ele se redime,
Fingindo que fora só mal entendido
Pergunta a ela sobre o seu marido
Ela ensaia um nome, finge como atriz
Por fim ele sai, e ela, feliz,
Considera o caso como resolvido.

Assim, como o caso da jovem citada
Costuma ocorrer em muitas empresas
Com tantas mulheres, vítimas indefesas
De patrões ou chefes, sempre assediadas
Não tendo malícia, vivem condenadas
A sofrer assédio, pressões, repressões
De superiores, chefes ou patrões
Algumas rebatem o ato grosseiro
Escolhem a honra, repelem o dinheiro
Do parco salário de suas funções.

Por vezes mulheres não suportam mais
E dobram-se, frágeis, ao constrangimento
Tornam-se escravas, em louco tormento,
De chefes, patrões, prepostos boçais
Cedendo os prazeres que o sexo traz
Suportam, por meses, por anos, enfim
A submissão patronal, e, assim,
Carregam na mente um pesado trauma
Que por toda a vida lhes oprime a alma
E o seu pesadelo jamais terá fim.

A Lei brasileira, no Código Penal,
Após largo tempo de árdua luta
Prevê como crime e pune a conduta
Do assediante, do chefe anormal
Que usa e abusa de jogo imoral
Para intimidar qualquer empregado.
A dificuldade é restar provado -
Ninguém testemunha tal ato covarde
Sempre às escondidas, sem qualquer alarde
E o autor do crime não é condenado...


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CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS
http://mulher.terra.com.br/interna/0,,OI491720-EI4790,00.html


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