CAUSAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Nome conhecido em todo o Brasil
O famoso médico DRAUZIO VARELA
Diz que a violência tem muito da tela
Herdada de filmes que se assistiu.
Há muito a TV a família assumiu
É ela que ensina, educa, desfaz
Com filme, novela, desenhos e mais:
Ação, violência, o sexo a dois...
A criança leva pra vida e, depois,
O que assistia, quando adulto, faz.
Nem mesmo o jornal de TV recomendo:
Há cenas violentas de crimes urbanos.
A criança assiste, junto com seus manos
E sem um critério, vai absorvendo
Por anos a fio, enquanto crescendo...
A todas as cenas de guerra que tem.
A morte na forca, de Saddam Hussein;
A criança viu na pequena tela
Como se matou a menina Isabella
Quando for adulto quer rever também.
Cento e sessenta1 estudos já feitos,
Apenas de campo, em experiências,
Por médicos e outros homens de ciências
Comprovam por dados os graves efeitos
De filmes violentos, que foram eleitos
A causa que trouxe desenvolvimento
Na nossa rotina de comportamento
Seja com a esposa, o filho ou a filha
Violência fácil com toda a família
E ato agressivo a todo momento.
Cento e vinte e quatro2 estudos, também,
Todos estes feitos em laboratório,
Elegem os filmes como criatório
De novos heróis e bandidos, que vêm
A arte imitar, no mal ou no bem.
E os participantes das experiências
Dos ditos estudos, a bem da ciência -
Homens e mulheres - uns 50 mil 3,
Cedo aprenderam, como bem se viu
Ser causa a TV da atual violência.
Afora a TV, a ausência dos pais.
O pai faleceu e a mãe sozinha
Trabalha lá fora e também na cozinha,
Para sustentar meninos demais.
Trabalha por oito, dez horas, ou mais.
E os filhos, em casa, defronte à TV
Sem pais, sem carinho, que vão aprender?
Um drama violento, mas banalizado,
Sutilmente exposto em desenho animado?
Aprende e guarda pra quando crescer.
É o vídeo-game um outro fator
Para a violência do mundo atual -
Urbana ou doméstica, de forma igual,
Do jogo brutal que se copiou.
Quando adolescente, o homem jogou
E trouxe pra vida adulta, no lar,
E a chama latente, por dentro a queimar
Do golpe selvagem, do soco, da trama.
Tudo assimilou, hoje faz o drama
Pra sua família protagonizar.
Há outro fator muito forte, que é
A falta de emprego do desiludido
O pai de família que foi despedido,
E em crise nervosa, sem ter o que quer
Descarrega a raiva, bate na mulher,
E a frágil parceira, em louco dilema,
Aceita, calada, como se o sistema
Cobrasse em seu corpo uma solução
Pra dar ao marido a colocação
Que traz o dinheiro e sana o problema.
A droga e o álcool são outros fatores
Que fazem senhores da situação
A homens tão frágeis que perdem a razão,
Trazendo ao lar, à custa de dores,
Os sonhos da droga, que são multicores
Mas geram ressacas de louca demência...
E dão a covardes cruel violência.
Ressoam no sacro recesso dos lares
Ressacas hauridas nos sórdidos bares
Que fazem impossível qualquer convivência.
Por último, aponto um outro ensejo
Dessa violência com a cara-metade,
Que é o complexo de inferioridade
E ficar por baixo, ninguém tem desejo.
Se é forte, no físico, castiga sem pejo
Aquela a quem prometeu no altar
Tomar por esposa e sempre amar.
Também o ciúme, quando doentio
Cultura, genética, algum desafio
Trazem violência pra dentro do lar.
Escrivão Joaquim Furtado 98-3225-4046
São Luís-MA, abril de 2008
Escrivão_Joaquim@yahoo.com.br
NOTAS
1 cf.http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/ violencia_raizes2.asp
2 idem
3 a menina Isabella Nardoni foi atirada do sexto andar do edifício onde moravam seu pai, Alexandre e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, em 29-03-2008
4 idem
5 idem, ibidem
6 idem acima
7 idem
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