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| Poesias-->Prodígios da Saudade -- 09/12/2000 - 00:09 (Fernanda Guimarães) |
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Prodígios da Saudade
Saudade que não deserta de mim
Fotografia nua a crepitar
Na explicitude do meu coração
Anda pelo meu corpo, tateando-me
Aquecendo-se do meu respirar
Alimenta-se da fome que sinto de ti
Desejo perpétuo que sussurra incansável
Como a cumprir um desígnio divino
Ajoelhada, entalha tua imagem em mim
Aspergindo-me com o gosto dos teus lábios
Pousa em minha alma, queimando-me
Bramindo em minha pele, num quase êxtase
Beija meu rosto, com insuspeitada doçura
Como a redimir tua pecadora ausência
Namora-me os pensamentos sorrateiramente
E antes que me aperceba, inventa um jeito
De espalhar pedaços de ti até em meu sono
Desenha-te nas frestas do meu coração
Colorindo a paisagem dos meus sonhos
Feliz, permaneço de olhos cerrados em ti...
© Nandinha Guimarães
Em 08.12.00
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