Sou cigana sim senhor,
cigana de alma, de tempos idos,
quando cigano era livre
e por isso perseguido.
Eu fugi pra viver em tendas,
com esse povo tão sofrido,
perseguindo minhas crenças e
para a vida um sentido.
Entre muitos dissabores,
aprendi muitos valores,
e aprendi a ver a sorte,
sabia tudo das mãos,
fiquei valente e forte
e ouvia o coração.
Mas por uma praga rogada,
virei cigana sem tenda,
de morar aprisionada,
ter de trilhar outra senda,
ter de dormir em puleiros,
e andar entre bueiros,
viver toda certinha, arrumada,
quando quero é saia rodada,
sandalia no pé sem recato,
o cheiro puro de mato,
dançar ao redor de fogueiras,
e me banhar de cachoeiras.
Mas não tem nada não...
me arrancaram da estrada,
virei urbana insana,
só que a alma cigana,
esta não conseguirão,
pois se não leio mais as mãos,
me restou o principal,
poder ler o coração...
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