O tempo passa,
Os dias se sucedem,
Os anos se acumulam,
O vigor não é o mesmo,
Os cabelos embranquecem,
As forças desvanecem,
Os reflexos se acomodam,
O mover não é tão célere,
O andar é bem mais lento,
O correr é um pouco tímido.
Quando pelos dias não se espera,
Eles chegam com estardalhaço,
Entram e não batem à porta,
Sem cerimônia se acomodam,
Sentam-se à mesa, à vontade,
Apresentam-se como amigos
E destemidos companheiros,
Afirmando que vieram prá ficar.
Assim, passa-se a primavera.
O verão se vai e ninguém vê.
Mansamente, a pleno outono,
As folhas, das árvores, caem.
Firmo os olhos no horizonte
E tento, ao acaso, descobrir
Os segredos que em breve,
Revelados hão de ser,
Quando o inverno
Aqui chegar . . .
Brasília (DF), 14/08/2005 |
