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Poesias-->TRILHAS -- 10/08/2005 - 18:24 (Cheila Fernanda Rodrigues) |
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TRILHAS
Quem sou eu?
Apenas uma formiga carregando minha folha seca
seguindo a trilha já traçada
- um ponto na correição –
cabeça baixa sob o peso da carga
seguindo, seguindo em frente
não olho para lado algum.
Não quero olhar para lado algum?
De repente uma brisa- que é suave -
balança forte minha folha
e levanto a cabeça num frêmito.
Foi a brisa suave ou o vigor do novo?
Sei que saio da trilha
e faço um outro traçado:
a princípio, vacilante com o peso
- o hábito é uma força castradora –
depois, decidida, a folha fica leve
e vou fazendo o meu caminho.
Chego a um regato de águas mansas
e ouço encantada seu correr sereno.
Meu primeiro impulso
_ Loucura! Diz minha cabeça de formiga –
é me atirar naquelas águas
sentir seu contato frio
e me aquecer de alegria.
Incontinenti sinto um calor diferente:
É o sol!... penetrando sem cerimônia
minha crosta gasta e suja.
Entrego-me ao momento
em que tudo é de primeira mão
tudo é prazeroso
tudo é revelação...
Há uma vida efervescendo em mim...
Como conviver com ela?
Como trazê-la à tona?
Atônita, não encontro resposta.
Será que o medo só me faz ver
uma única trilha já traçada
pronta para ser seguida?!
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