A história da descoberta que produziu o obsecante Viagra, é tudo-tudo menos simples. Aliás e segundo se propala de douta boca para ouvido corrente, nunca foi fácil descobrir o que quer que fosse na área farmacêutica. Normalmente, qualquer droga em face da lei é o resultado final de um rigoroso processo de triagem, prática iniciada há cerca de 10/15 anos à volta de 15 mil componentes anteriormente estudados e analisados.
Com o promissor Viagra não foi diferente no que respeita a processos catapultativos, mas a história deste evento tem especifidades que a tornam tão só curiosa como única.
Fique a saber, por exemplo, que quando os cientistas e técnicos da Pfizer se reuniram para criar um fármaco a partir dos dados que dispunham, estavam totalmente orientados para a invenção de algo que objectivava combater a angina de peito.
Os testes para verificar a eficácia do Viagra, adentro daquela patalogia, foram muito demorados e sem resultados que culminassem deveras no efeito em alcance. As cobaias de ratos e coelhos, por exemplo, pura e simplesmente não confirmavam as mais profundas convicções dos investigadores.
Todavia, o ânimo da equipa jamais esmoreceu. A luz surgiu logo que, ao experimentar-se o fármaco em rapazes que sofriam de angina de peito, vários deles tiveram erecções não provocadas. Ou seja, o que não funcionava em cima actuava uns palmos abaixo e bem (rs).
A partir daí, os cientistas decidiram voltar ao ponto de partida para redireccionarem suas munições e armamento. Não passou muito tempo até que fizessem a experiência em homens adultos afectados pela obsessiva e preocupante impotência. Os resultados revelaram-se então mais do que animadores e, de tal modo, que os participantes nos testes não queriam acreditar que, após a experiências de que fizeram parte, teriam de aguardar largos meses, ou anos, até que pudessem dispor do medicamento no mercado.
Durante o período de apuramento final, a Pfizer recebeu cartas onde a clientela, em expectante transe, manifestava a sua revolta por, depois de terem visto a aprazível vidinha plenamente facilitada, lhes negarem o incenso para fazer crescer o anjo.
Estava-se no início da epidemia acotovelante que varreu as farmácias de todo o mundo a partir do momento em que o comprimido azul invadiu o mercado.
Mas... Valha-me sempre a gostosa imaginação que sinto em valsa no cérebro... Viagra-Viagra... Oh... O meu Viagra... És tu e eu em fusão... Que lindo!...
António Torre da Guia
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