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cronicas-->Eu e Edgar, ou `a isca´ -- 06/09/2003 - 10:39 (Luciene Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu e Edgar, ou `a isca´


Nunca me ofereceu uma linha, nunca me escreveu uma carta, nem um bilhete sequer. Um cartão. Um bilhetinho desses que se colocam na porta da geladeira. Nada.
Nosso amor passou incólume, sem uma impressão, uma prova escrita, nada.
Saiamos muito cedo. Ninguém nos via. Voltávamos tarde. Separados. Assim, nem os vizinhos poderiam dizer que éramos casados. Mas éramos. Vá lá, não éramos o que poderia ser chamado de pombinhos apaixonados. Beijos discretos a quatro paredes, palavras veladas, sexo papai-mamãe.

Edgar foi a chance. O salto para a liberdade. Homem galante, bonito, bem educado, com cara de safado. Parecia impossível ter um caso que não fosse de filme ou de novela com Edgar. Cheirava a perfume de homem. Tinha uma voz bonita. Aveludada. Conheci-o no escritório. Depois de quase um mês de conversas triviais, convidei-o para jantar em casa.
Atencioso, cavalheiro, olhos de brisa.

Estávamos no meio do jantar quando Alfredo chegou. Não fiquei sem graça, apresentei-o a Edgar e o jantar transcorreu normalmente como acontece a qualquer jantar de três bons amigos.
Não reparei nada. Não que eu seja ingênua, mas é preciso ser artista para se ludibriar uma mulher e sair incólume. Pelo menos era o que eu pensava.
Levamos Edgar em casa ao final do jantar. Anotamos seu endereço para pegá-lo no sábado à tarde, pois havíamos combinado um boliche.

Até que enfim vou sair. Talvez a presença de Edgar nos faça mais bem do que mal. E Alfredo não é dado a ciúmes. E nem precisa. Afinal, não há motivos. Sou uma mulher honesta. Integra. Sincera.

Do boliche, fomos à lanchonete. Da lanchonete, outro encontro para outro jantar. Desse outro jantar, outros e mais outros encontros. E passar os finais de semana a sós com Alfredo não era mais tão interessante sem a presença de Edgar.

Edgar precisava acontecer. Sim, tinha que ser. Eu já me vestia pensando em agradá-lo. Arrumava os cabelos sabendo que iria receber um elogio de "você está bonita". Até mesmo Alfredo despencava-se em elogios. Formávamos o trio perfeito. Amigos alegres, sorridentes, como se não houvessem problemas.

No dia seguinte a mais um dos felizes programas que fazíamos juntos, invadiu-me a sensação boa de que toda a vida estava marcada para acontecer naquele dia. E o bilhete poderia ser lido mais tarde. Talvez o bilhete nem importasse.

Não sei como você vai entender esse bilhete. Há alguns meses venho descobrindo em Edgar o homem que amo. E não posso mais dividí-lo com ninguém. Decidimos viajar. Nada irá lhe faltar. Cuide-se bem, minha querida.
Assinado: Alfredo


Como eu sempre digo...não reparei nada. Não que eu seja ingênua, mas é preciso ser artista para se ludibriar uma mulher e sair incólume. Pelo menos era o que eu pensava.
E Alfredo era um artista. Edgar também. Pelo menos é o que penso.

L.Lima
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