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Humor-->Piratas e Xerifes, com bom humor. -- 12/07/2003 - 12:12 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Piratas ou Corsários
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Todos guardamos lembranças da infância. Geralmente, agradáveis. Outras vezes, nem tanto. Outro dia estava recordando das tardes de domingo, em que os pré-adolescentes, como eu, depois de tomado banho e devidamente arrumados, íamos, de pipoca ou algodão doce na mão, assistir o filme no cinema do bairro, que chamávamos de “poeira”, numa alusão às péssimas condições de conforto e de higiene.

O burburinho da entrada no salão de exposição dos filmes não me sai da lembrança. Assim como o apagar das luzes; e o silêncio imediato, por conta da ansiedade coletiva, que se fazia na hora de iniciar a apresentação.

O enredo do filme era, quase sempre, dinâmico. Recheado de xerifes e piratas, bandidos e heróis, revólver, canhões, tiros, bandeiras com caveiras, cavalos que corriam e empoeiravam a tela, e piratas; muitos piratas. Em alto mar, é claro!

Mas hoje, traçando um paralelo entre aquele passado e este presente, fico a imaginar se não estaríamos, novamente, vivenciando uma daquelas tardes de domingo.

A impressão que se tem é que estamos em alto mar, sendo saqueados, a todo momento, por um grupo diferente de piratas. Vestidos de paletó e gravata; sem as espadas, sem o olho de vidro e sem as bandeiras que traziam a marca da caveira, com os dois ossos cruzados, na altura do pescoço.

São os piratas da era da informática. Da tecnologia de ponta. Piratas neo-liberais. Piratas que atuam em áreas bem mais complexas. Piratas com curso superior, planejamento e objetivos bem definidos. Mas iguais aos ingleses, flamengos e franceses que piratearam nas costas brasileiras no Século XVI.

Na verdade, os gatunos de hoje são os mesmos de ontem; que vão desde os que não respeitam os direitos de autoria ou de reprodução, que vigoram sobre determinadas obras, até os ladrões que enganam e roubam os cofres públicos; que prometem, distorcem os fatos, mentem, assassinam e enganam o tempo todo.

Esta é a impressão que se tem ao abrirmos, diariamente, as páginas dos jornais: remédios falsificados, que seriam para evitar a gravidez indesejada ou a evolução de um câncer na próstata; desvio de bilhões de dólares, sem que os Órgãos responsáveis (Banco Central e Receita Federal) apresentem justificativas plausíveis para tamanho descalabro; Privatizações que deixam rastros de questões mal resolvidas; licitações fraudulentas, com superfaturamentos e envolvimento de agentes públicos; corrupção generalizada em Órgãos como o INSS, envolvendo procuradores e juízes; escândalos e desvios de verbas, envolvendo parlamentares e superintendentes de Órgãos importantes, como a SUDENE, SUDAM, DNER, e tantos outros.

Sem falar nos casos mais antigos, que caem no esquecimento, como foi o saque realizado pelos piratas denominados de “Anões do Orçamento”, caso típico da raposa dentro do galinheiro, recheado com o cinismo de um dos deputados que, argüido sobre a origem de sua riqueza, não titubeou em dizer que Deus o ajudava a ganhar centena de vezes na loteria.

E a lista é imensa: caso dos precatórios, do Banestado, das Telecomunicações, do TRT de São Paulo, das grilagem de terras no Distrito Federal e, até mesmo, da falta de honestidade de propósitos de nossos “representantes”, no Congresso Nacional e nas câmaras de deputados estaduais e de vereadores.

Sinto que, no filme de pirataria que estamos revivendo, falta um personagem importante: o xerife ou o comandante do navio, valente e perseverante, para enfrentar os bandidos com garra e destemor, na defesa de sua cidade e de seus habitantes, tornando o final do filme digno de aplausos; mantendo a esperança de que o crime não compensa; que o bem sempre acaba vencendo o mal.

Lula, que saudades daquelas tardes de domingo!....Vamos ver se a sua estrela funciona!...Estamos todos torcendo, embora criticando e colaborando. Nada de pessoal, evidentemente.

Domingos Oliveira Medeiros
12 de julho de 2003




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