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Contos-->Rita -- 06/09/2004 - 11:42 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Rita nasceu prematura. Órfã de pai, foi criada pela mãe até os cinco. Ninguém sabe exatamente como é a sua vida, porque poucos a vêem. Quando estava desempregada ( recebendo o seguro-desemprego por cinco meses ), não saia de casa. Sentava num canto da sala e pedia para envelhecer. Na verdade, Rita sou eu, Rita Verônica Salgado, 27 anos, órfã de pai ( não, isso já falei, aí é redundância ), moro em Palmas. Sou uma mulher que nasceu para sofrer. Morei na roça até os 15. Aí, fui para a cidade grande, pois a tia me batia muito. Me chamava de “vaso mal feito”, torta e sem remédio – e cura também! Não sou uma doença, sou uma mulher. Esse negócio de menina nova ir para capital não dá outra: ou se vende ou se mata. Fui vendida e me matei. Já me chamaram de “vagabunda”, “cachorra”, “maldita”, “ladrona” etc. Conheci tanto homem ruim... Caralho, quem me dera eu tivesse morrido na barriga da minha mãe! Que merda! Fazendo ponto a gente via de tudo. O mais engraçado foi uma vez que um senhor bonito, com seus quarenta e poucos anos, num carrão cinza foi lá no ponto me chamar. Me levou para um hotel, desses bem chiques. Me deu uma prótese de borracha, igualzinha uma rola e mandou enfiar na bunda dele. Gostou tanto que gozou. “Se alguém souber dessa história, eu te mato!” Eu nunca contei nada...
Saí da capital grande e fui para uma menor. Palmas, lugar quente e esquisito, cheio de gente metida a besta.
O dono da pensão me mandou embora porque tava chata a situação dele comigo. Me ofereceu R$ 200,00 para eu chupar o pau dele. Eu falei que pau só chupo quando quero, não sou vadia barata para velho gordo e feio. Me falaram que se eu fosse na justiça pegava uma nota preta, mas deixei de lado. Mas tudo bem, volto pro ponto até achar outro emprego...*

* Rita foi morta há alguns meses. Um cliente não quis pagá-la. O resultado: levou um soco no olho esquerdo e caiu desacordada. O agressor consumou o fato enforcando-a com um cinto de couro. Seu corpo foi encontrado num matagal próximo a Porto Nacional, cidade vizinha a Palmas. Como seus documentos não foram encontrados, foi enterrada como indigente.
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