A SOMBRA DO APOCALIPSE
(Publicado na Prática Jurídica, 17, Editora Consulex, de 31 de agosto de 2003)
Leon Frejda Szklarowsky
A sociedade humana vive momentos de incerteza e de tragédia. O terror novamente invade os rincões mais afastados do planeta, colocando o ser humano a mercê de irresponsáveis ou, quem sabe, de criminosos moldados especialmente para esta empresa nefasta.
Cabe à elite pensante fazer a grande revolução da história, neste final de século e início de um novo milênio da era vulgar, neste momento de grandes transformações sociais, científicas e espirituais e de catástrofes inimagináveis.
E, neste momento de suma gravidade, por que passa a humanidade, quiçá o pior estágio do ser humano, neste planeta, contrastando com as grandes conquistas espirituais e científicas que o elevam ao patamar supremo, quando homens insensíveis e frios, insanos e sádicos, envergonham a raça humana e mancham de sangue a civilização que poderia ser a civilização de ouro, seres abençoados, como os desbravadores das artes e das ciências, têm o dever impostergável de lutar bravamente contra este estado de coisas.
A sombra do apocalipse, da destruição, do inferno dantesco, da guerra final e fatal, ronda a vida humana.
O terrorismo é um fantasma invisível. Vem de um local ou de todos. Combatem, sem piedade, soldados e civis, crianças, velhos e mulheres, indistintamente, não lhes importando quem atinja. Se a causa, por que lutam se alicerçava numa origem boa, deixa de sê-lo, devido à forma e aos meios utilizados e ao próprio alvo.
O terrorismo deve ser combatido de todas as formas, notadamente o de Estado, onde quer que se encontre; entretanto, não se pode confundir o povo com esses criminosos insensíveis e desumanos, pois, se assim for, estaremos, na verdade, utilizando os mesmos métodos que os nazistas, recentemente, e, mais remotamente, a Inquisição, consagraram, maculando a História e impondo um sofrimento perverso e atroz ao povo.
Permito-me registrar na pessoa do brasileiro, o pranteado embaixador Sérgio Vieira de Melo, brutalmente assassinado, por cruéis agentes do terror na velha Babilónia, entre tantos inocentes, a homenagem a todos que estão sendo imolados nesta cruzada brutal e atroz.
Sua luta e sua vida não terão sido em vão!
Brasília, 20 de agosto de 2003
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