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cronicas-->Áfricas e Recifes IV -- 28/08/2003 - 23:28 (Lucas Tenório) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Tentamos, da Chácara do Céu, uma fotografia em que se situasse o semblante nítido com o fundo do Pão de Açúcar. "Ficaram boas as fotos" - disse depois Rita -, apesar da indefinição do rosto escuro, ofuscado pela luz imanente do horizonte. Mas ela tem razão. O Manoel Carlos bateu uma outra no interior do museu, ao lado de uma das obras, uma em sua casa e outra ao seu lado, essas sim com os rostos em claro.

Parti do terminal rodoviário do Tietê com destino ao Rio de Janeiro. Algo em torno de 5 horas de viagem, se não erro novamente. Eram mais de 23 na saída e por volta das 5:30 na chegada.

Uma estação antiga, a do Rio. As pessoas mais frouxas, largadas, mais à vontade. Uma atmosfera mais popular que a de São Paulo. Acostumado estava à anterior e antiga que estranhei um pouco. Vi mais da gíria comportamental suburbana que bem conheço do Recife, embora a tenha visto nos paulistanos no centro - Bixiga, Brás, e eventualmente nos próprios Vila Olímpia, Ibirapuera e Sé. No metró. Comparei-a, a estação do Rio, com a de Recife: o TIP - Terminal Integrado de Passageiros: aquela certamente um pouco menor.

Algumas horas depois, como combinado, Fátima vem ao meu encontro e vou com ela ao de José Carlos. Um casal de amigos coeso e bonito. Deixo a minha bagagem, passo pelo Sambódromo, Botafogo, Cinelàndia, Aterro do Flamengo, Bar do Amarelinho, isso depois de ter ido à Avenida Chile, onde trabalham. Desço e acerto: às 17:30 nos reencontraremos. Salto para pegar o Bondinho, a trinta reais, e ir ao Morro da Urca e ao Pão de Açúcar. Uma zueira dos falantes de inglês e a imagem do Santos Dumont, Maracanã, Copacabana, Baía da Guanabara. Um Rio de Janeiro em tons de branco. Penso: Boa Viagem é mais colorida. Ando um pouco por Copacabana.

Penso no Largo do Machado, no encontro com Manoel, com Pernambuco. Ele também pernambucano. Encontramo-nos na Igreja de Nossa Senhora da Glória e fomos almoçar na sua casa. Na sua casa novamente a vista da Baía e Maracanã, as primeiras fotos, a simpatia de Silvia e dos filhos e o primeiro telefonema para Rita. O livro do Pierre Verger de presente e a leitura também de Moacir Lopes ensinando a escrever livros de ficção. Manoel lê um pequeno conto, fala do Maracatu e do Quinteto Violado, dos trabalhos que desenvolveram juntos. Sílvia diz que às vezes ele até dança como recurso de retórica.

Um até logo, depois do museu e esquecimento do boné na sala, e a pergunta: Manoel, por que Áfricas e Recifes?

Prometi que ligaria quando da partida para o Recife mas não consegui. Chego um pouco atrasado - 17:45 - e com Zé Carlos e Fátima e bom trànsito partimos para sua casa em Irajá. Lá conheço Gustavo e Henrique, as habilidades de nadador do Henrique, já que Gustavo resolveu ficar. Mas não ficou quando fomos ver o Exterminador do Futuro 3, com o Schwarzenegger, tomar chope, aferir inteligências e comer pizza. "Quantas revistas têm agora naquela banca"? Exijo uma resposta exata. Henrique titubeia: todas menos as que foram vendidas... Não, por razões de lógica. E digo: o dobro da metade... O dobro da metade? Mas que merda! Gustavo, Henrique, o seu amigo: todos muito inteligentes. Prometi a Gustavo "O Mundo de Sofia".

Durante o dia a visita ao Corcovado e o sentimento da força e empreendedorismo da gente brasileira. Colocar aquela estátua incólume e irrepreensível lá no alto. Do alto vejo a Pedra da Gávea e tudo de novo e comento com Rita, nos pontos em que havia sinal para o celular: achei os prédios do Rio quase todos brancos ou esbranquiçados. O cinza amarronsado dos morros com o verde da vegetação. Digo de novo: Boa Viagem é mais colorida que Copacabana, apesar de ser mais estreita. Se o Recife pudesse ser visto dessa altura, com suas águas abundantes (e quem o vê em fotografias aéreas sabe disso) seria tão bonito como o Rio. Mas o Rio e o Cristo muito bonitos.

No outro dia, dia da partida de ónibus para a volta, Zé Carlos me apresenta a Academia Brasileira de Letras, antes de me deixar para ir trabalhar. Bandeira a meio mastro pela morte de Roberto Marinho e a informação do cancelamento da visitação. Não me contento. Quero ver Joaquim Nabuco, o Secretário de Machado. Vejo o seu busto, e começo a quebrar a resistência do funcionário cujo nome agora me escapa. Digo: sou da terra de Austregésilo de Athayde, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Barbosa Lima Sobrinho, (Ariano Suassuna) e Mauro Mota, por exemplo. Recebo um simpático assentimento, semelhante a um "sim senhor". Vou a todos os compartimentos: Sala do Chá, de Reuniões, Sala dos Romànticos. Sento na cadeira do Presidente e na Biblioteca faço um soneto pela Internet. Ganho o Anuário da Academia depois de pedir uma lembrança para Rita à bibliotecária.



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