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cronicas-->Uvas e balas -- 11/09/2000 - 09:00 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Outro dia eu estava numa sala esperando com um grupo de pessoas e alguém ofereceu a todos uma bala. Era um destas balas de uva verde, como dizia a embalagem. A ofertante, muito simpática, não conseguiu deixar de confessar que aquela bala não estava tendo muita aceitação, motivo pelo qual resolvera oferecer. Gostei da sinceridade, mas não aceitei a bala. Chamou-me à atenção o fato de que seu sabor, ao menos o declarado, era de uva verde. Dei-me conta da minha visão preto e branco sobre a vinicultura.

Desde criança chamo as uvas de brancas, pretas ou rosas. Uva verde não é propriamente um tipo ou cor de uva, mas uma situação - a da uva de qualquer cor que ainda não amadureceu - como se diz das frutas em geral. Eu sei que as chamadas uvas brancas, na realidade, tem a cor verde, e as chamadas pretas são azuis, um azul muito escuro. Mas ninguém a elas se refere assim. Pelo menos eu assim achava, da mesma forma que o vinho branco não tem a cor do coco ou a ausência de cor da água. Será que eu, criado em Caxias do Sul, tinha uma visão errada das cores das uvas? Seria muito triste ter que admitir isto. Seria uma traição à terra que me deu tantas alegrias.

Como averiguar? Não sei. Talvez na internet. Procurei por uvas e logo vi a referência às três cores que mencionei e nada de uva verde. Com isto ganho confiança e fico mais seguro de que não preciso rever meus conceitos básicos, repensar toda a adolescência vivida na região de parreirais das três cores, uvas destinadas ao vinho ou à mesa. Quantas memórias teria que refazer.

Quem escreveu isto de uva verde na embalagem da bala deve ser um estagiário que nunca viu uma parreira, quiçá uma galinha. Vai ver nem sabe como é uma melancia. Um literal.

Ainda bem que não aceitei a bala.



Escrito em 03.08.2000
Publicado na Crónica do Fauth em 04.09.2000 (http://planeta.terra.com.br/arte/fauth/)
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