O Raul Gil contou, certa vez, que tinha muito medo de alma, e, numa noite, tendo de passar pela porta do Cemitério, parou numa esquina, esperando que alguém se aproximasse para fazer-lhe companhia. Já era quase meia-noite, quando apareceu uma mulher e ele falou:"Boa noite, dona." *Boa noite, moço." "A sra. vai passar defronte do Cemitério?" "Vou pra lá." "Posso acompanhá-la?" "Pode." "É que tenho medo de assombração e estava, justamente, esperando que alguém passasse, para conversar e distrair." "Sei."
(já estavam perto do portão aberto...) "E a senhora, também tem medo de alma?" E ela, entrando no cemitério:"Tinha, quando era viva!"... |