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Humor-->O Brasil Sai do Hospital -- 02/07/2003 - 12:30 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Brasil Saiu da UTI
(por Domingos Oliveira Medeiros)


O Brasil, segundo autoridades governamentais, teria saído da UTI. Pode ser. Mas ainda corre perigo de vida. Ainda respira com a ajuda de aparelhos. E persistem os sinais de falência múltipla dos órgãos. São mais de trinta e cinco. Mas, funcionando mesmo, embora regularmente, apenas dois ou três. Entre os quais o Ministério da Fazenda, o Banco Central e o Ministério do Planejamento.

O Ministério do Trabalho não tem o que fazer. Parou de vez. Deve ser retirado do organismo, tamanha a sua falta de função. Do mesmo modo como se tira um apêndice supurado.

O Ministério do Planejamento não está planejando nada. E nem precisa. Para dar um por cento de aumento, não há necessidade de cálculos atuariais e estatísticos.

O Ministério da Fazenda, por seu turno, tem dificuldades para articular as palavras. As suas decisões se confundem com o “S”, que é pronunciado com certa dificuldade. Logo ele, que serve de base para formar o símbolo de nossa moeda, o cifrão do Real. Apesar do “disse-me-disse” do presidente, acerca do “espetáculo do desenvolvimento” que estaria por vir. É muito trabalho para os profissionais que cuidam da fala.

Há sinais de cegueira geral. Ninguém está vendo nada. Nem o feijão, que demora três meses para ser colhido, nem o primeiro emprego, que foi anunciado há seis meses. E o segundo emprego, tudo leva a crer, vai demorar mais um pouco para nascer. Talvez nove meses, como o filho do presidente.

Todas as nossas autoridades estão, literalmente, engessadas. É sinal que estão chutando muito, e errando a bola. Ou pisando na bola, como queiram os amantes das metáforas e dos aforismos.

O Banco Central, órgão que cuida da moeda, reclama de falta de autonomia. Mas não fala da anemia para impedir a hemorragia que sangra para o exterior, em busca de paraísos fiscais, cuja cirurgia tem sido retardada e, conseqüentemente, causado sérios prejuízos ao organismo como um todo.

O gigante continua sedado, adormecido e de mãos atadas. Depende de recursos do exterior para pagar a conta do hospital. E de uns trocados que pretendem retirar do bolso dos aposentados. Talvez para facilitar o troco.

E não tem o que comer. O Brasil sobrevive, ainda, graças ao seu otimismo de sempre. Nas palavras do presidente: o Brasil é o país do futuro. É só esperar para ver. O futuro a Deus pertence. E, pela lógica, só virá depois da morte do paciente. Quem viver, verá.

Menos os aposentados, com certeza. Pois terão que esperar mais alguns anos para se aposentarem, conforme a proposta do governo. E, sendo assim, morrerão como heróis: em pleno exercício de suas funções.

Domingos Oliveira Medeiros
02 de julho de 2003













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