Por Deus, não!
maria da graça almeida
Enquanto caminho, incansável,
observo os versos que ao lado me acompanham.
Das poesias mais gostadas, fiz quadros.
Coloquei-os ao longo do corredor,
-tranqüilo pássaro sem asas,
antídoto da depressão,
alameda de antigos sonhos,
estrada de dupla mão-
que, festivo, ruma das ensolaradas salas
ao aconchego dos quartos da casa.
Às vezes, imagino - quando eu me for de fato -
qual, o destino da fileira de quadros?
Será o alto de um sótão empoeirado?
Ou, a umidade de um sombrio porão?
Sob ou sobre as lagartixas,
por Deus, não!
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