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Cronicas-->Primeiro mundo -- 10/09/2000 - 10:19 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acho que agora conseguimos. Finalmente chegamos ao primeiro mundo. Outro dia invadiram o aeroporto de Brasília e roubaram alguns malotes com lingotes de ouro. Não sei como terminou a história, mas ao que consta, nada foi achado, ninguém foi preso. A reprodução feita pela TV foi emocionante. Entra pick-up daqui, sai bandido de lá, abre porta, fecha porta, joga o butim, perde um dos sacos de ouro, sai do aeroporto, troca de carro, uma beleza.

Agora assaltaram um avião e por algum tempo, em lugar da carga, levaram o avião todo. Depois, soltaram o avião e levaram o milhão (quem resiste a um trocadilho infame?). Na realidade, vários milhões. Até agora, ninguém sabe, ninguém viu. Não sei qual das operações foi mais emocionante. Falo emocionante por estar bem longe da ação. Se lá estivesse o nome seria outro. De qualquer forma, há que ressaltar que sendo pacífica a índole do nosso povo, ninguém foi morto. Os tiros foram só pra dar maior emoção.

Mas isto não é tudo. Temos um foragido italiano. Digo italiano de verdade, nadas destes italianos de novela que a gente encontra em São Paulo. Italiano, mas tão italiano que dizem que ele foi para a Itália e, sendo italiano, lá ficará com nosso bilhão, meio que seja. De qualquer forma, não é qualquer um que entrega um bilhão, meio que seja, a um italiano, descobre que não devia ter dado, prende-o. Depois o solta. Só um roteirista de cinema de primeiro mundo escreveria algo assim, ironizando os pobres "cucarachos" do terceiro.

Bem, tem ainda o Lalau, mas o Lalau não chega a ser de primeiro mundo. Ao que parece é só um deslumbrado, se bem que os valores não são nada desprezíveis.

Nosso cinema poderá se desenvolver com histórias verídicas que envolvem ouro e grandes somas, tudo isto combinado com lances audazes e aeroportos clandestinos, conexões internacionais. Já vejo as cenas, algumas melhores que as de Missão Impossível, um ou dois. No próximo ano, finalmente, o Oscar, a consagração do talento nacional.

Agora sim, acho que já estamos aptos. Ou querem algo mais para nos deixar entrar no primeiro mundo?

Não sei, aposto que vão exigir que se prenda este pessoal. Mas aí já será demais, não? O Bigs roubou o trem pagador e está aqui há tanto tempo.

Escrito em 21.08.2000
Publicado na Crónica do Fauth em 11.09.2000 (http://planeta.terra.com.br/arte/fauth/)
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