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Contos-->VEGETALMAN - parte 1 -- 13/08/2004 - 13:51 (Marco Antonio Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aquele dia que parecia tão comum e enfadonho, mais um dos infindáveis dias na vida de Frederico Cajarana, seria o começo de uma surpreendente e inimaginável odisséia, que mudaria sua insípida existência para sempre.
Frederico Cajarana nunca teve muita personalidade. Diria mesmo que era uma "maria-vai-com-as-outras", procurando seguir sempre o caminho das massas, tentando se esconder na multidão da cidade grande, ser apenas mais um, sem destaque, sem identidade.
Quando seus pais mudaram do interior, da pequena cidade de Cruz das Almas para a capital, Salvador, ele sentiu que estava salvo da vida exposta na vitrine à qual teria que se sujeitar morando numa cidade pequena. Retraído, introspectivo, era considerado esquisito, e, portanto excluído do grupo de garotos do local.
Na capital ele se diluía entre tantos, que ninguém percebia sua simples existência.
Mas Fred sonhava grande, em oposição à sua necessidade de não aparecer.
Pensava em mudar-se para outro país, onde ninguém o conhecesse. Tinha predileção por Nova Yorque, cidade que começou a admirar por causa dos filmes que assistia na tv e no cinema, e por causa dos gibis que gostava de ler. Apreciava as histórias do Super-homem, Homem-aranha, Homem de Ferro, e tantos outros super-heróis que mantinham secreta sua verdadeira identidade. Esse era de fato seu sonho secreto. Frederico Cajarana queria ser um super-herói.
Para desespero de Fred, seu nome peculiar não o mantinha longe das gozações dos colegas de classe, principalmente quando era feita a chamada de classe, e a professora proferia seu nome:
- Cajarana? Frederico Cajarana está presente?
Timidamente ele levantava a mão, mas aí seus colegas começavam a fazer piadas sobre ele e seu nome engraçado:
"Essa cajarana está azeda!", dizia alguém, ao passo que outro juntava: "Quero ver quem é a garota que vai chupar essa cajarana.".
E assim se passavam os dias de Fred, que se dedicava no resto do dia a estudar, preferindo ficar encerrado dentro do quarto a sair à rua para brincar ou apenas passear.
Gostava de estudar biologia, e quando chegou o momento de prestar o vestibular, decidiu que seguiria uma carreira nesta área, vindo a ser formar em biólogo, especializando-se em engenharia genética, e encontrando sem muito esforço uma colocação no departamento de pesquisas de uma grande empresa voltada para o desenvolvimento de culturas agrícolas.
A vida pessoal de Fred era uma lástima.
Aos vinte e sete anos ele era quase virgem.
Fred era um homem alto, quase um metro e noventa de altura, muito magro, franzino mesmo. Tinha uma cabeleira negra e desgrenhada, que não ficava no lugar, nem mesmo com o gel que aplicava religiosamente todos os dias, antes de sair de casa. Ao final do dia parecia ter visto um fantasma, pois seus cabelos se assanhavam ao menor vento. Por causa disso gostava de usar chapéu, um chapéu tipo "Indiana Jones", que o deixava ainda mais esquisito. Branco como cera, olhos escuros e nariz proeminente, tinha grossas sobrancelhas que lhe conferiam uma aparência muito peculiar.
Amante de banheiro que era, preferia passar as noites sozinho, auto estimulando-se, do que procurar uma mulher, mesmo que fosse de programa.
Era tão tímido que sua primeira vez fora quase um estupro, quando uma prima do interior que o visitava, intimou-o a fazer sexo, e praticamente o forçou ao ato que, diga-se de passagem, ele gostou muito, mas não tinha coragem de cantar uma garota, nem mesmo suas colegas de faculdade, que davam mole, logo percebiam que Fred era divagar, e nem insistiam numa relação, por mais banal que fosse.
Agora ele vivia sozinho, tinha um hamster de estimação e sua vida era de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
Havia uma colega, Bernadete, por quem ele alimentava uma paixão recolhida, um amor platônico que o torturava e o fazia suar e tremer, somente ao falar com ela por telefone. Quando se encontravam, o pobre Fred ficava lívido, gaguejava e quase sempre saia correndo. Ela ria, mas um riso que escondia uma profunda piedade que sentia pelo rapaz.
Um outro colega de Fred, Carlton José, o Gato, como gostava de ser chamado, vivia a fazer gozação com ele, e sempre arranjava uma pegadinha para aplicar em Frederico, que costumeiramente caía nas armações do Gato, para alegria dos demais, que se divertiam às custas dele.
Mas Fred era dedicado ao trabalho e se sobressaia, chegando ao cargo de encarregado de pesquisas agrícolas, na divisão de desenvolvimento de legumes, DDL, onde liderava as pesquisas de resistência a pragas e aumento de produtividade e fertilidade de sementes.
Bernadete admirava sua inteligência, e sempre o elogiava, tentando quebrar o gelo entre eles.
Na verdade ela, também uma solitária, sentia uma atração por Frederico, mas era constantemente assediada por Carlton, um cara baixinho, porém simpático, que sempre se dava bem com as garotas, e tinha fama de galinha, o que servia de desculpa para Bernadete não lhe dar chances, rejeitando sair com ele todas as vezes que ele a convidara.
Carlton por fim percebeu que havia uma atração mútua entre Bernadete e Frederico, e que só faltava um empurrãozinho para que eles se acertassem, por isso decidiu bancar o cupido, armando situações que permitissem a ambos se aproximar cada vez mais, e assim, irem vencendo suas inibições.
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