Há folhas que caem
ao vento,
ao sopro gélido
da invernada.
Caem
e rolam pelo chão
perdidas,
sem rumo,
inúteis,
sem destino.
Dissolvem-se, no tempo,
deixando de existir:
assimiladas ficam
aos grãos de areia
que, pisados pelos homens,
são desprezados de todos.
Folhas que caem
ao vento,
ao sopro gélido
da invernada...
Minha alma
se identifica a elas,
soprada
pela ingratidão dos homens,
inútil,
querendo fazer o bem,
perdida,
querendo amar a todos.
Um dia,
pesada
e desprezada de todos,
nada mais significará
no mundo dos homens.
Folhas que caem
ao sopro gélido
da invernada...
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