É noite escura.
Não há caminhos
que nos levem ao céu!
Até as estrelinhas
fugiram de brincar na noite.
Somente,
longe,
lá, no fundo escuro,
surgiu,
fraquinho,
curvo risco iluminado,
amostra pobre
de um luar distante.
Veio ao painel negro
da noite
para dizer aos homens
que a sondassem,
não ficassem tristes,
nem perdidos de saudades,
por causa da festa de luzes
que não havia no céu.
Lembrassem eles,
no negrume opaco,
que sua luz diáfana
como outrora
já brilhou
no festival das almas.
Não deve haver saudades.
Só a esperança viva
de, um dia,
a noite transformar-se em festa
de luzes,
de brilhos,
de luas
e de estrelas.
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