Não sei porque te calas
não sei porque não falas,
agora, como outrora.
Parece até que foges,
parece que te escondes
não sei julgar porque,
enquanto eu te procuro,
tão mesmo como sempre,
ansioso por te ver,
querendo dar-te tudo
qual tronco rico e forte!
Sou pobre e velho corpo
sem alma, separado
da fonte do viver,
e qual sorriso inerte,
deixado ao vil desprezo
sem lábios pra sorrir.
E quedo-me perdido
sonhando, a cada passo,
em vão por te encontrar.
Não sei por que te calas.
Não sei por que nem falas
que seja a consolar
meu coração tristonho,
em ânsias de infinito
ardente, a te buscar.
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