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Artigos-->ERRANDO E NÃO APRENDENDO -- 12/08/2002 - 21:20 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tenho uma leve impressão que vamos assistir ao mesmo filme pela quarta vez. Ainda estão frescos na minha memória e na de muita gente as eleições de 89, 94 e 98. Na hora de decidir, o brasileiro preferiu não se arriscar. Votou naquele candidato mais bonitinho, apresentável e mais estudado. Conclusão: errou na primeira vez, na segunda e na terceira. E o pior que pode errar pela quarta vez seguida.

Dizem que é errando que se aprende, mas essa máxima ou não se aplica a eleição ou o brasileiro tem uma séria dificuldade em aprender. Da primeira vez, o pais quase foi dado de presente ao capital americano e a corrupção chegou ao escalão mais alto do governo; da segunda vez, foi o sonho de que o Real podia valer mais que o Dólar, ou seja, de uma moeda forte, e o fim da inflação; da terceira vez, absurdamente, foi a idéia de que se não estava bom, era porque se precisava de mais quatro anos para completar as reformas. E dessa vez, qual vai ser a desculpa?

Infelizmente, dessa vez vai ser a idéia de que é necessário alguém que tenha experiência administrativa e tenha uma bela aparência para poder se dialogar com os banqueiros internacionais. Afinal de contas, para tirar o Brasil do buraco, só mesmo alguém com competência comprovada. Mas espere aí! Os dois últimos presidentes eleitos não eram competentes e não tinham experiência comprovada? Um não foi governador e o outro ministro da economia? O atual inclusive, não é formado em sociologia e tudo o mais? Dê que adiantou isso? Nada!

O país está em queda livre rumo ao abismo. O último empréstimo do FMI apenas aumentou a distância do fundo do abismo. Agora vai levar um pouco mais de tempo para chegar ao fundo. Creio eu que esse empréstimo não consiga salvar o país nem até o fim do ano. Mesmo que isso aconteça, vai quebrar na mão do próximo governo. E de quem foi a culpa? Do Collor? Mesmo que fosse, em 8 anos poderia ter concertado o rumo da economia. Mas o atual governo não o fez. E mais uma vez um presidente vai deixar o governo de forma melancólica.

É quase impossível que o candidato do governo venha a ser eleito. Dessa forma, sobrariam dois candidatos: Lula e Ciro Gomes.

Assim como das outras vezes, o candidato vencedor ganhou porque a maioria optou pelo voto anti-Lula. Dessa vez parece que a coisa está seguindo o mesmo rumo. Ciro está crescendo porque aqueles que não querem Lula estão se reunido em torno de Ciro Gomes. Assim como aconteceu com Collor e Fernando Henrique, todas aquelas oligarquias que sobrevivem no poder feitos parasitas, toda aquela parte podre da sociedade então se agregando à candidatura de Ciro Gomes. Collor e Fernando Henrique poderiam até estarem muito bem intencionados, mas os parasitas infestaram seus governos e o pais foi para a UTI. Ciro Gomes também pode ser uma pessoa muito bem intencionada e pode até quer fazer um ótimo governo. Mas os parasitas vão está no governo e o país vai continuar doente na UTI.

Então não seria hora de eliminar esses parasitas do governo, elegendo alguém que não esteja contaminado? Se das outras vezes a escolha não foi acertada, não estaria na hora de mudar? De arriscar um pouco mais? De ser corajoso?

Pense bem, eleitor! Não desperdice seu voto mais uma vez!

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