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Cordel-->O ALMIRANTE NEGRO JOÃO CÂNDIDO -- 24/07/2008 - 15:08 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando mestre Darcílio, o Santeiro
recebeu como encomenda esculpir
o busto do um herói verdadeiro
a quem já até tinha muita afeição
pois sabia que do mar fora dragão
o também mestre e ilustre marinheiro

que por uma façanha memorável
ficou conhecido por Almirante Negro
homem de aço, ébano e notável
ao nortear os passos da marujada
que não aceitavam mais a chibatadas
como pratica antiga e deplorável.

Em nossas belonaves não havia
bucaneiros ou mesmo flibusteiros
nem eram palco para pirataria
nem para peçonha de cão raivoso
que fizessem homens valorosos
aceitar a pecha da covardia.

Não aceitando a norma que rezava
que a falta pelo marujo cometida
seria pela chibata compensada
mesmo que lhe aflorassem feridas
e lhe atentasse a própria vida
à força das muitas chibatadas.

Quando João Cândido foi buscar
o encouraçado “Minas Gerais”
em terra estrangeira de além-mar
foi que pode melhor perceber
as mudanças que só iriam acontecer
se tão logo a marujada se revoltar.

Das nossas Armas, a primeira
conceituada no cenário mundial
como poderosa Marinha Brasileira
não navegaria na contra-mão
dessa valorosa e emergente nação
que já pegava a dianteira.

Mas 250 chibatadas foi demais
no marinheiro Marcelino aplicada
até que não suportasse mais.
Depois de estrebuchar pelo chão
enrolado em pano e jogado no porão
na Marinha acabou a paz.

Deflagrada a Revolta da Chibata
assume o comando João Acácio
forjado no aço sem medo de nada
assume o timão com maestria
e a frota que com garbo e valentia
declara a era do açoite acabada.

Disparando um tiro de canhão
alerta os outros navios do levante
como o “São Paulo” e “Bahia”que são
assim como o “Deodoro” de guerra
navios que anunciam uma nova era
nesta republicana jovem Nação.

Mestre Santeiro, moreno, sabia
que 90% da tripulação eram de negros.
Os oficiais, brancos, da aristocracia
eram do tempo da escravidão
do senhor de escravo, do cão
que o novo regime não aceitaria.

Depois de dominada a oficialidade
nos navios e a entrada do Arsenal
às negociações foram formalidades
que Francisco Dias Martins iniciou
e com habilidade consolidou
mas foi ludibriado pelas autoridades.

O Presidente Hermes da Fonseca aceitou
acabar com os cascudos, bolos e açoites.
Pouco depois essa lei contrariou
mandando prender 22 marinheiros
criando o terror entre os fuzileiros
e muitos para a morte encaminhou.

Fuzileiros no “Satélite” foram encarcerados
com outros marinheiros para a Amazônia
aos trabalhos forçados embarcados.
Na ilha das Cobras no Rio de Janeiro
também foi destino derradeiro
para o herói e outros anistiados.

Por ali, 15 de 17 vieram a falecer
pelas condições inabitável do lugar.
Caiada, a masmorra passou a ferver
e só João Cândido e outro sobrevivente
internados em hospital para dementes
puderam suas absolvições ver.

Julgados e absolvidos pelo feito
que antes fora considerado crime
mas na opinião do povo um gesto
patriótico, cívico e grandioso
nascido no coração de povo garboso
não seria apenas um incesto.

Tão jovem, a república trazia
imperfeições do modelo anterior
que nos futuramente se corrigiria.
Essa foi um correção com muita dor.
que o grande mestre navegador
corrigiu com bravura e galhardia.

Gaúcho de Rio Pardo nascido
em Porto Alegre trabalhou adolescente
ante de para o Rio de Janeiro ter vindo.
Aprendiz, grumete, marinheiro
acima de tudo um grande brasileiro
que teve na Baixada seu ato findo.

Morando em São João de Meriti
por grande parte de usa vida
o notório morador de Vila Rosali
andou trabalhando como peixeiro
e nunca esqueceu de ser marinheiro
que de branco ia ao futebol assistir.

O mestre com argila esculpiu o guerreiro
atento aos atos de grande envergadura
feitos por notáveis heróis brasileiros
que num momento de precisão
não titubearam, assumindo a obrigação
do feito glorioso, tenaz, derradeiro.

Mestre Darcilio sabia que ele simbolizou
a luta pela dignidade humana no Brasil
através do levante, na Marinha que amou.
Sabia que era um bom modelo que fazia
e que mais tarde o bronze eternizaria
numa praça da cidade que morou.

Com seus traços fortes, viris e altaneiros
que ao escultor lhe pareceu apropriado
representar dessa terra, o homem verdadeiro
que luta, ama e trabalhar com ardor
pela fé, justiça, honra e muito amor
que haveria de representar o brasileiro.

que Gênesis Torres quando foi vereador
de São João de Meriti, com o seu nome
em Vila Rosali, rua e escola nomeou.
Jorge Florêncio, vereador a ser lembrado
Sensibilizado não se fez de rogado
e o busto do almirante na praça inaugurou.

A Associação Independente dos Moradores
da Praça da Bandeira, é quem dele cuida.
Da praça e do busto do herói são zeladores
os associados, cidadãos e componentes
assim como Dinei Mattos seu atual presidente
do mestre João Cândido, admiradores.


Certamente foram poucos esses versos
para falar desse herói do povo brasileiro
que muita paciência e generosidade lhes peço.
Para falar do homem com tamanha envergadura
é preciso de muito cordéis, nessa popular literatura
que serão tantos que nem conto, meço.
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