PERIGO NA CAMA
Amor, foi tão bom!
Uma briga gostosa,
cheia de palavrões,
que acabou em carinho...
e toda braveza
se esvaiu de repente
e se transformou
em leais declarações...
E a gente se atracou,
como costuma ser,
ambos esfomeados,
corpos entrelaçados
na cumplicidade do prazer.
E foi tudo tão grande,
tão intenso,
tão avassalador,
que o próprio amor
ficou de lado, olhando,
sério, desconfiado
de que estávamos blefando...
O velho amor
não podia acreditar
que pudesse participar
de todo esse prazer.
E entre os nossos ais,
gritos e gemidos,
os corpos exaustos
inda pediam mais...
Bisamos tudo,
temerária insistência
testando e desafiando
a nossa resistência...
A pressão foi subindo,
os corpos se exaurindo,
e a gente ainda se engolindo...
Até que o coração,
disparado e contente,
olhou feio pra gente
e deu o toque da razão...
Nos aconchegamos,
ainda delirantes,
respiração arfante.
olhos brilhando,
lábios sorrindo,
braços se enlaçando
em doce encantamento.
E, como sempre aconteceu,
nesse terno momento
o amor se achegou,
tomou conta de nós
nos envolveu...
e acreditou!
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