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Artigos-->O CIRCO ESTÁ MONTADO -- 11/08/2002 - 22:44 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O CIRCO ESTÁ MONTADO

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Os candidatos que concorrem à Presidência da República estão seguindo a receita de subserviência. À exceção de Ciro Gomes, que já se manifestou a respeito da dívida pública. Ele é favorável ao alongamento da mesma. E já recebeu críticas por isso.



O candidato José Serra, foi o primeiro a criticá-lo. Disse que o Ciro pretende impor o calote, numa atitude de evidente oportunismo político. Pois o Serra é economista e sabe que o Ciro está mais do que certo. Sem investimentos e sem base parlamentar não se conseguirá fazer um bom governo. E para conseguir os recursos necessários para investimentos que se fazem necessários, sem recorrer ao expediente de aumento de impostos (não há mais espaços), privatizações (já venderam tudo) , e sair da recessão e baixos salários que este governo nos deixa como lembrança, a única saída seria o alongamento da dívida, para que o país possa respirar e retomar o desenvolvimento.



A questão é meramente de ordem técnica. E o Serra sabe disso. Mas continua jogando para a platéia. Interna e externa. E muito provavelmente, se eleito, irá prosseguir com a política econômica suicida de FHC, que prioriza o endividamento público, e o cumprimento das metas impostas pelo FMI, que nunca deram resultados, a não ser manter a situação de crescimento da dívida e estagnação de nossa economia. Na verdade, o Ciro Gomes está preocupado, e com justa razão, é com o montante da dívida pública que já atinge cerca de R$ 750 bilhões.



Cerca de dez vezes maior desde que FHC assumiu o governo. E só há uma saída: alongar o prazo de vencimento dos títulos, oferecendo, aos aplicadores, compensações na forma de juros. Com a garantia de que tais operações terão o caráter voluntário. Portanto, não se trata de “calote”, mas de uma saída séria e corajosa para esse impasse. Que parece não ter mais fim. Com a chegada, ao apagar das luzes deste governo, de mais U$30 bilhões de dólares, que foi recebido com palmas, com queda da moeda americana, sorrisos e, dias depois, o retorno à especulação, aos boatos, as mentiras e à subida do dólar, numa prova cabal de que nossa economia não se sustenta diante de um simples fuxico.



A bem da verdade, à exceção de Ciro Gomes, todos os candidatos evitam falar na questão crucial deste país: o endividamento público e privado. E todos eles criticam o Ciro Gomes. O único candidato que, até agora, tocou no ponto central do problema, apresentando solução adequada para romper com a inércia e a subserviência desse atual governo.



Ciro, apesar do besteirol que tomou conta, inclusive, de oposicionistas que fazem o jogo do governo, comparando-o com Collor, como se a semelhança física fosse sinônimo de igualdade ética e moral, é, goste-se ou não, a melhor sugestão para estes tempos difíceis.



Um brasileiro independente, preparado e corajoso. E que já transformou seu programa de governo em livro que está à venda para conhecimento de todos. Ciro Gomes é, no meu entendimento, o mais preparado. Talvez a única chance de que dispomos no momento.



E não adianta fazer apologia à deseducação. Se é certo que apenas um diploma não resolve a questão da competência e da honestidade para governar um país, por outro lado, não se pode deixar de reconhecer que a formação, a pesquisa e o estudo, aliados à experiência, a criatividade e aos bons propósitos, é quase que fundamental para a coordenação do processo de elaboração e de encaminhamento de soluções para os grandes e complexos problemas brasileiros.



Se o governo que está terminando foi ruim, com certeza não se pode atribuir este mal desempenho ao fato de o seu titular ter sido um professor e ter formação em sociologia. Seria o mesmo que concluir que se FHC só tivesse o primeiro grau do ensino fundamental, seu governo teria sido bem melhor. Isto seria um absurdo.



A verdade é uma só. Um país não pode prosperar enquanto depender, quase que totalmente, do capital estrangeiro, e dos boatos e mentirinhas que à toda hora pipocam no cenário financeiro, para aumentar a moeda americana e, por conseqüência, o nosso eterno endividamento. Temos que criar nossa própria riqueza. Nossa poupança. E nossa independência. Política e econômica. Eleição é coisa séria. Não se confunde com paixões irrefletidas. De amor à camisa. Como se estivéssemos torcendo por um time de futebol ou por um corredor de Fórmula Um. Pois o que está em jogo é bem mais importante. É o nosso próprio futuro. E o de nossos filhos e netos.



Domingos – 11 de agosto de 2002

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