Mire as estrelas e se vista de brilhos só para vir encontrar os meus negros olhos e clareia, assim, tudo e mais o céu da minha boca. Mire seu corpo morno no meu alvo mais preciso. E faça isso a seu modo. Mas não esqueça de ser frio e calculista para não me errar. E acerte bem em cheio o meu ponto mais fraco e me mire novamente com sua boca de hortelã pra que eu possa, enfim, refrescar a minha face. Logo depois, assopre em volta de nós as cores azuis da manhã.
Tente ser, de vez em quando, só de vez em quando, agressivo e impetuoso. E mire sua mão bruta na minha carne viva, dominando minha pele igual droga letal que descontrola o corpo. E depois de aliviar sua ânsia de instinto, devolva o que me pertence e mire seus olhos para outra direção que não seja a minha. E chore. Mire embaçado a gota d água que debateu-se salgada pelas margens do seu rosto até se espatifar no chão. Mas não desista de ainda ter ânimo para me afoga neste mar que inunda o seu corpo. E mire novamente minha cara ofertada. E, sem se encolher por entre as sombras dos meus cabelos, encare algumas miragens que a vida cisma em insinuar.
Insinue, enfim, ao fim de mais um roteiro, suas mãos na frente da minha boca e as estenda abertas e entenda, sem franzir a testa, que dela eu cuspirei mais e novas estrelas pra recarregar algumas das suas que acabaram se apagando por aí...