A guerra está dentro da gente,
Em lugares que desconhecemos,
(Face nunca vista com clareza),
Onde o nosso poder se limita
A sentir sua presença.
A guerra é uma parte bossa,
Nossa antiga forma de dominar
A vida, descrita pelo ato público
De matar a todos no jardim de casa.
A guerra em escala industrial,
Mata no quintal as esperanças,
Faz da infância um exército sem futuro,
Soldados que ainda sonham
Com balas de hortelã.
De que vale a vida sem a guerra do ofício?
De que vale a vida sem as palavras em guerra?
Viva num canto qualquer,
Morta em notícias fáceis,
Em recados curtos,
Em poemas mortos,
A guerra está em nós
Como instrumento para a liberdade,
Dela se extraí a vida.
Neste fronte habita a solidão,
No rosto uma lágrima
Nos faz adormecer.
Balas de Hortelã
|