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Poesias-->ESQUECIMENTO -- 27/05/2005 - 00:23 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESQUECIMENTO



Vai o azinhavre do tempo, carcomente

Se deliciando com meus anos,

Deixando uma nódea

Que não há vinagre com sal que limpe

Por mais que se esfregue

Ou renegue aos cabelos brancos

Muriaé de Minas

vai sendo esquecida.

Aos poucos, torna-se um branco

Na memória. Mauro, o irmão mais

Querido, pai de dois gênios

Ao passar por lá, sequer olhou

Sequer virou os olhos ou o

pescoço Para ver Muriaé de minas

Que o azinhavre do esquecimento

Na memória devorou.

Não culpo ninguém por esquecer

A “Nuvem de Mosquitos”,

A velha casa que dava para o rio

Que era mar.; o abacateiro,

A mangueira nos fundos da casa.;

A goiabeira, vermelha, cheirosa

Onde se pensava morarem fantasmas.

Nada ficou guardado para que

se possa Lembrar: o porão foi

soterrado.; As árvores

frutíferas, as taiobas

De D. Olívia, que delicia,

arrancadas Ficaram sangrando,

certamente Com suas raízes

expostas ao sol Quente muriaense.

O casarão – A Venda – agora é

Moderno armarinho onde se

Vende de tudo, de fazenda a ferragem

De adubo a formicida.

Mas lá não há um remédio para ativar

A memória, ou anticorrosivo

Capaz de limpar a nódoas do azinhavre

Do tempo que, aos poucos, tempovagarmente

vai esfumaçando as lembranças

que não deveriam ser esquecidas

para que não ficasse tão sem sentido

o que resta da vida.





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