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Poesias-->MANHÃ -- 21/05/2005 - 23:11 (JOSE GERALDO MOREIRA) |
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MANHÃ
Inventando Rio em Sampa
São seis horas na avenida e o vento frio, calmo
Balança as folhas das árvores.
Seis horas. Ônibus carregado de gente
Seres humanos(animais empalhados no continuar
De um sono que morreu ás cinco)passa sob as
Árvores da alameda.
Uma buzina
Outra roda
Tudo se chama seis horas
Vento frio entristecendo a mente que pede descanso
Nega o andar
Modorra matutina ressabiando
Cinzas de cigarro, fumaça lacrimejando os olhos
Som sem vontade, folhas amarelas
E gente nas ruas.
O vento frio desses primeiros dias de quarto mês
Eriça meus pelos. É quando me abstenho da paisagem,
Deixo de fazer parte dessas seis horas e me dissolvo
Sobre as árvores que derramam folhas
Sobre os fios que empurram notícias
Sobre os cabelos dessas moças que se levantam e bocejam
Na pós-madrugada.; sobre as gentes que não possuem
Rosto nem corpo certo.; sobre os seres inidentificáveis
Que andam: sobre toda a cidade.
Ando tranqüilo para a areia com pés
Que agora possuem asas.
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