Se ao cruzarmos um distante e duro desolhar
A pele enrrebustecer por baixo do tecido sob o flerte do fitar pidão, e
Se meus pensamentos engravidarem com o bafejo de uma palavra tua
Direi a mim mesma que nada mais disso me alucina.
Sentimentos teus já não sangram o verde dos olhos da minha rotina.
Minha alma traja luto. Vivo a utopia da realidade novelesca.
Quando em sonhos carícias tuas forem pesadelo, e
Teu hálito varrer a nuca despidas dos caracóis em desalinho
Serei para ti fria e inatingível.; só te darei desprezo.
Tranquei a desilusão no gaveteiro do criado mudo. Sou feliz.; tua poesia não faz minha cabeça.
Mas se algum dia pedaço de mim de ti sentir saudade
E se meu corpo acordar trajando o cheiro de suor do teu pijama
E se o desejo abrir uma fenda no duro peito
E a boca suplicar por lábios ardentes.;
É porque ainda padeço das marcas da paixão.
Não te demores mais.; invadas a clausura do quarto.
Uma taça vazia quer transbordar no deleite de tua companhia.