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Erotico-->PARÊNTESIS LUXURIOSOS II -- 01/10/2003 - 07:13 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
II

(ou, meu navio a sorte inventa...)

(...sim, eu posso estar louco de pedra rasgando o senso e a lucidez mas tenho a palavra de Goethe ao dizer que quem contempla a beleza humana, a nada de mal se expõe e que, por isso, está em harmonia consigo e o mundo. Estando, então, só, comigo e na noite em que os desejos afloram e ardem no aflogístico da paixão, onde os ombros carentes e desencontrados buscam braços solícitos, querências vadias, conexões dos dias e noites vazias, metades nômades ancoradas na distância. Ziguezagueando, assim, entre luzes e sons estonteantes fazia-se festa revolvedora de íntimos e fantasias. Jamiroquai alfinetando quereres, loucuras e remelexos sensuais, bulindo com a minha pasmaceira, acendendo-me a vida distante, perdida. Assim fervia. Girava. Girava mais que o globo do salão em fantasias psicodélicas colorindo meu universo insone e marasmódico. Parece mais que perdera a minha fatia de felicidade e presenciava a dos outros. Quê se dera comigo? Penar de amor para sempre, será? Nem Pomona, nem ninguém. Minha maldição? O desinfeliz de tudo? Ah! Que seja. Infincar-me no dissabor não resolveria nada, melhor entrar na dança e no compasso de Jamiroquai que convidava a um universo oculto onde um barco protótipo das antigas navegações, atravessava o recinto expondo cabeças de carneiros que se encontravam no pedestal onde uma mulher semi-vestida num cetim argênteo e brilhoso ao lado de outras completamente nuas com asas de abutre e máscara de falcão. Ah! O aroma de um perfume agradável permeava o ambiente e inebriava a minha alma. Tudo muito multicor, irisando minha indolência. Isso e o desfile de famélicas, oxigenadas, vampiras.; gelfas magricelas.; lívidas fadas bisonhas.; airosas ebrifestivas.; garbosas amásias.; divas, peruas e peiticas.; vitalinas ariscas, leigas vestais.; papas-hóstia, heroínas, malvadas e resignadas eram nada mais que Nefertitis ou Valquírias de minhas alucinações.; Nereidas ou Cibeles profanando minhas crenças pagãs.; Sekhmets ou Bastets que ferviam meu sangue.; Cleópatras ou Deméteres lisonjeiras.; Reas ou Dalilas da minha fome.; Gês ou Madalenas de minha gula sedenta.; Iemanjás ou Isis da minha cobiça desenfreada.; Joanas D"Arc ou Mirians dos meus onirismos luxuriosos.; Lucrécias Bórgia ou Mayas da minha satisfação ininterrupta.; Pagus ou Shing-Moos da minha concupiscência.; Helenas ou Aditis dos meus queimores sexuais. Ou eram Eríneas, Parcas, Moiras, Harpias que imolavam meu ser sedento. Era essa, será, uma artimanha de Perséfone, a minha Mata Hari que sabia do meu fígado lacerado, minha loucura insone, meu clamor irremediável, meu querer preterido no desfile das Esfinges saborosas que decifravam-me ou devoravam-me, e a minha amartia: um verso feito de palavras que não se dizem do amor. Sabia. Era o amor e me vi ao lado de uma linda Arlene Cockburn, exuberante e faceira. Olhos grandes me fitavam. Silente, risível. O álcool subtraíra a timidez e dera-me ânimo de enfrentá-la. Falamos, desdizemos. Ela sussurrou inquirições inaudíveis e eu paspalho me ria de nada entender. Puxou-me num canto e me contou da vida, dos sonhos, dos fracassos, de como perdeu a virgindade, suas lembranças e seus medos.; que um príncipe encantado jamais cruzaria sua vida e coisas mais outras assim. Ouvi, e como diz o ditado anônimo: um arqueiro habilidoso atira uma flecha de cada vez. Preferi ouvi-la. Era interessante vê-la delatar seus mistérios, me fiz por entender, solidário. Nisso, tudo é lícito em meu querer, não há pecado que invalide a paixão. Principalmente quando nas minhas querências insaciáveis ela surge mágica turífera na minha nutriz adoração, caminhando letífica e deslumbrante na noite solitária, pisunhando a minha alma e o meu desejo arvense de séculos sedentos, trazendo a cajila e a súbita surpresa de vê-la toda na sombra insuspeitável que se insinua do nada, mais deusa que ignóbil fantasia, mostrando-se inteira na penumbra da minha loucura, enquanto se inclina esguia e nua na minha frente, empinando o seu calipigio arrebitado como quem vai apanhar algo de nada no chão, eu restando bocejo, ptialogogo, capitoso, boca cheia, espectador persistente, ao perceber seu feitiço à mostra naquele rabilongo par de glúteo redondo e carnudo, farta e generosa, obsidente imagem acendendo minha intimidade louca para o coito, caligrante que me faz vivo e permanentemente viril, rendido ao seu encanto múltiplo de deusa transcendente. Eu não seria nada nem poderia ser nada se na minha maluca profanação não sacralizasse a beleza iningualável de um corpo de mulher: a maravilha do próprio deus desnudo. Esta sim, a maiuêutica do menino, a heurística real, o inegável saber-se vivente. Sim, eu me emancipo e sei que o coito para Schopenhauer é o sinal da constante existência da vontade de vida, o que eu não desdigo, comprovo ao vê-la desinibida, um lindo sorriso nos lábios, um brilho estonteante nos olhos, carançuda, os lábios grossos pintados a batom vermelho vivo, um diadema gracioso no cabelo, uma fita de seda preta amarrada no pescoço, uma nudez linda e pura como se fosse uma dançarina do Talmude - eu, extasiado como Hesíodo diante da figura de Gaia com seus amplos seios, base segura para sempre oferecida a todos os seres vivos na sua bela arquitetura que se realça e a quem exalto sua graça e venero devotado e juro que não é nenhum sofisma da ignorância de causa. Ambiciono sua beleza, quero porque quero ser seu Urano, minha doce Gaia, com a minha ganância fálica no seu furor vaginal, ou no empanturrar-me no seu sedal, com a mônada da apetição, numa ebuliente orgia de nossa perverção alucinante jorrando no gozo de nossa união envolvida pela lei da queda dos corpos de Galileu e solidários e prontos e felizes. O seu prazer odoro invade-me as entranhas, incendeia-me os nervos.; o meu prazer tremula suas bases, abalos císmicos no seu entregar-se inteira e soberana proporcionando que eu seja um menino adulto que sempre será menino e incréu do que se fizer fora de nossa entrega...)

©Luiz Alberto Machado. Direitos Reservados

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