Nascendo entre a erva estava uma bela
flor,
Debaixo de uma grande árvore que a luz solar
encobria.
Em suas pétalas rosadas angustioso chamado
fazia
Ao sol,para que lhe desse uma centelha
de calor...
Mas o sol,que seus cálidos raios
dispersava
Da infeliz, coberta de gelo, se ria,
E ostentando seu orgulho com sacrílega
ousadia,
Mais e mais da pequena flor se distanciava...
Em desesperação, juntando as pétalas e
pedindo
Ao sol um cálido abraço de amor vivificante,
Desprendeu seu perfume como estrelas ao
céu subindo,
Como se fosse seu último suspiro naquele
instante...
Agonizante, a pequena flor ainda teve
alento
E, em inaudível prece,suplicou por um
momento:
- Sol,tu que tens o poder de iluminar o
dia,
te peço, por Deus, livra-me de roupagem tão
fria...
A árvore, apiedada, seus amplos ramos
abriu,
Deixando passar um raio que a flor
ressusscitou...
Ela mirou o sol e, pálido, o viu triste
chorando,
Ocultando-se no horizonte e seu perdão
clamando...
Tradução de Geraldo Lyra - Recife - PE, 19/05/2005
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