A mão habilidosa era incansável, dedos magros e longos cortavam os tecidos para compor a colcha.
Pedacitos extremamente coloridos e com florinhas iriam fazer parte, nas cores amarelas como os quindins, azuis como as hortênsias, roxo como as uvas e verdes como os campos e muitos retalhos negros.
Nenhuma cor podia faltar.
O recheio seria de lã tingida da cor do sangue e o lado de dentro?
Todo branco, porque a paz é o maior presente.
Um pouco da grama cheirosa o odor da terra...
Tecidos velhos e novos e até do outros lugares e tempos faziam parte da colcha.
Um jardim digno da princesa do Salamandra do Jirau.
E assim aquela mão, como o gaúcho, boleava as linhas nos tecidos, juntando tudo com um e outro arremate azul da cor do céu.
A colcha é o Rio Grande do Sul, verde, vermelho, amarelo, branco, negro, louro, castanho, trigueiro como o gaúcho.
Flor de maça, gosto de uva, paciência de boi, ovelhas nos céus e muitos grãos com os aromas
da terra.
A costureira quem é? A DONA HISTÓRIA. |