Deus estava no curral
Na hora que eu cheguei
Ele era uma criança
Mas tinha feição de rei
Donde vim pra onde vou
Sequer eu sei quem eu sou
E nem para onde eu irei.
O meu poder eu darei
Falou-me o inimigo:
- Se tu és filho de Deus
Escuta o que eu digo
“Mata tua fome de pão,
Uma ou duas pedras são
Feitas de azeite e trigo”.
Jesus Cristo meu amigo
Interveio em meu favor
Dizendo que a resposta
Só pode ser com amor
Tampouco de pão se vive
E que Deus jamais o prive
Da palavra do Senhor.
Conduziu-me o Tentador
Á torre de uma igreja
No alto eu tive vertigem
E rezei: Que Deus me seja
Neste pulo que vou dar
Para ser sobre o altar
A dádiva benfazeja.
O que o homem deseja
É o poder de dominar
Assim foi que o Diabo
Prosseguiu-me a tentar
Dizendo: - O mundo é seu
Com fama, glória que eu
Dou a quem me adorar.
Não se deve a Deus tentar,
Assim diz a Escritura,
Nenhum filho seu jamais
Atira-se duma altura,
Como que sobrevoando
Sobre o povo esperando
Ao redor da sepultura.
A vida nunca perdura
Por mais que haja conforto
Já que um mundo de miséria
Nos expulsa até o porto
E nos embarca ao nada
Para a última morada
Refúgio do desconforto.
Eu para mim estou morto
Engravatado em meu terno
Conforme a escolha que fiz
Vou para o céu ou ao inferno
Em nada disso eu creio
Porque sei que Jesus veio
Para tornar-me eterno.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benegcosta@yahoo.com.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS