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Contos-->Caminho de volta -- 15/07/2004 - 21:54 (Lara Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As paredes, as mesmas que guardavam tantos sonhos, firmes que impediam a invasão, se mantiveram estáticas no Castelo dos Medos. Eram indevassáveis.
Não permitiam que outros olhos vissem a escuridão que se alastrava em seu interior, deixando em total penumbra as fantasias geradas no inconsciente da ilusão.
As perguntas sem respostas, em eco atordoante, misturaram-se aos segredos que perseguiam as alucinações em um ritmo sem pausas...
Os impulsos, vivos ou mortos, sepultados juntamente com a coragem, que muitas vezes impediram de seguir por caminhos desconhecidos...Outras tantas vezes, nesses caminhos encontramos fantasmas, que a um simples grito, nossos pais socorriam...
Saímos do Castelo, margeando um caminho em que supúnhamos apenas lindas visões, distante dos monstros coloridos dos sonhos e tão diferentes dos reais...
Não é ruim sair do Castelo, deixar de sonhar e viver a realidade. Lá ainda tínhamos as mãos amigas a nos socorrer em situações conflitantes, mesmo que muitas vezes corrêssemos assustados das sombras do desespero e da angustia;
Difícil é encontrar o caminho de volta, a saída do Castelo e descobrir quão difícil é deixar os sonhos guardados em compartimentos herméticos e conviver com a fria realidade da verdade.
Onde os sonhos viram pesadelos e as fantasias são mero retorno ao destino...
Achar a saída é um processo lento, onde aprendemos a andar pelos íngremes caminhos da vida...
E, uma vez neste caminho, descobrimos que foi muito bom viver no Castelo dos Sonhos, rodeado de medo, passar na Rua do Silencio, correr pela ladeira da Atitude, sem, contudo ter que seguir em frente, como hoje.
Difícil é descobrir que a vida não é um conto... Nem de sonhos.
Muitos encontram a saída, e contam sua história que viram contos...
Quisera encontrar o caminho de volta, mesmo que tivesse que percorrer os mesmos lugares assustadores, mesmo que a ladeira fosse íngreme e ainda que me perdesse na Rua do Silêncio, se soubesse que ao gritar de medo do Bicho-papão, uma mão pudesse me arrancar dos sonhos.
Hoje saí do Castelo, sem medos e sem sonhos. Sem o bicho papão e os fantasmas.
Mas acordo da vida e descubro que o que mais temo é vive-la sem alicerces...
Estes se perderam entre os vãos e desvios do meu caminho.
Lara Cardoso



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