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Humor-->As doces palavras de Lula e suas bombas de chocolate -- 18/06/2003 - 09:28 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Doce Improviso de Lula
(por Domingos Oliveira Medeiros)


O nosso presidente continua em campanha. Parece que não se deu conta de que já foi eleito presidente do Brasil. E o pior de tudo é que continua seu improviso, repetitivo, e cheio de metáforas, já bastante conhecidas do público.

Em Pelotas, hoje, na décima versão da FENADOCE – o maior e mais importante evento que registra a produção de doces caseiros – não foi diferente. O presidente voltou a se contradizer e a repetir as frases de efeito: falou do feijão, que demora trinta dias, após o plantio, para ser colhido, numa clara alusão às críticas aos que dele exigem pressa nas decisões.

Não esqueceu os nove meses que demorou seu filho para vir ao mundo. Usou e abusou das metáforas. Chegou a criticar os que os criticam, ao invés de ajudá-lo: comparou o fato à uma partida de futebol, dizendo que o atacante, ao pegar a bola em posição de dificuldade para fazer o gol, deveria dar o passe para o colega melhor colocado.

Lula falou de negociação: com os sindicalistas, com os governadores, com empresários; esqueceu de falar do povo. Disse que estamos numa democracia. Que a palavra de ordem continua sendo negociação. Negociação que ele não aceita em relação à reforma da Previdência.

Falou das reformas que pretende fazer na CLT e no sindicalismo. E que o seu antecessor não conseguiu. Aqui, além de confirmar que vem seguindo, à risca, a cartilha de FHC, a incoerência tornou-se evidente.

Na hora da reforma da Previdência, ele pede pressa. Diz que a reforma não prejudicará os trabalhadores, referindo-se, naturalmente, à força de trabalho da iniciativa privada, que é regida pelo Sistema Geral da Previdência. E ele até que tem razão. A previdência desses trabalhadores até que irá melhorar um pouco com a reforma, na medida em que terão o valor do teto para contribuição e aposentadoria aumentados; e ainda ficarão com o FGTS, benefício que não alcança o servidor público.

Ficou a impressão, rondando pelo ar, de que os servidores públicos serão os vilões e os únicos a serem penalizados com a reforma. Os chamados “privilegiados”. Justo a força de trabalho que lhe presta serviços. Principalmente os servidores do Executivo: na implantação de suas diretrizes e programas de governo.

Lula não se conforma com o fato de que alguém possa estar aposentado aos quarenta e poucos anos. Com isso, naturalmente, querendo justificar a ampliação da idade para fins de aposentadoria. Esquece o presidente (ou foi mal assessorado) de que a pessoa, hoje, quando se aposenta aos 49 anos – no caso do sexo masculino – significa que começou a trabalhar aos 14 anos de idade; o que era permitido por lei, na época, muito embora seja preciso lembrar que este pessoa cumpriu os 35 anos de tempo de serviço exigidos. Igualmente acontece com quem se aposentou aos 60 ou aos 65 anos de idade: começaram a trabalhar, respectivamente, aos 25 e aos 30 anos de idade. Não há nenhum absurdo nestes fatos. E muito menos privilégios.

Depois, o presidente mostrou-se indignado com o fato de que alguém (do Judiciário, por exemplo), possa estar aposentado com proventos de R$17 mil reais. Esta informação, solta no ar, não serve à honestidade de propósitos: primeiro porque este salário é o maior do serviço público, geralmente de ministros de tribunais superiores, que não pode, evidentemente, ser igual a de um operário, sem qualquer qualificação, e em início de carreira.

Depois, ficou faltando ao presidente ser mais claro: dizer que, para receber este salário, o ministro teria que ter contribuído para a Previdência, durante 35 anos de serviço, todo mês, com cerca de R$ 1.870 reais. Já na iniciativa privada, o desconto não passaria de $200 reais mensais. E que este ministro, ao se aposentar, não receberia o FGTS; benefício que se aplica, apenas, aos trabalhadores de modo geral. No caso em tela, imaginem o quanto o executivo que recebesse um salário de R$17 mil reais mensais, não ganharia com o seu FGTS, ao final de 35 anos de serviço, corrigido mensalmente, com juros e correção monetária...

E o mais importante: em momento algum, o presidente fez referência às aposentadorias vitalícias e cumulativas dos ex-presidentes, de ex-governadores e parlamentares, de modo geral, que, com APENAS um mandato de quatro anos, leva pra casa, cerca de R$10 mil reais. Por toda a vida. Como o próprio Lula assim o fará; e como FHC já o fez: levou mais de duas, cumulativamente com a sua aposentadoria de professor. E como tantos governadores que já embolsaram esta grana.

Improvisar, ainda que sem apartes, deixa muito a desejar. Principalmente quando não se tem argumentos convincentes para tentar tapar os buracos da Previdência às custas dos aposentados do serviço público.


Domingos Oliveira Medeiros
17 de junho de 2003
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