Um caboclo vai ao cartório
O seu filho registrar
E lhe pergunta o notário
Sobre a hora e o lugar
Do ocorrido nascimento
Pra que ele o documento
Possa então exarar
Desculpe se eu não entendi
Disse o caboclo ao falar
O nome será EDSON
O que ele irá usar
Não houve o nascimento
Já tomei providenciamento
está a mulher a gestar
Só posso o registro assentar
Depois que ele nascer
Aantes não é possível
Trates de compreender
Se estiverdes a zombar de mim
Asno é quem come capiim
E acho que burro é você
O caboclo foi embora
Procurando entendimento
Sem ter de nada entendido
ficou com seu pensamento
Contra aquele tabaréu
Consultou um bacharel
De grande conhecimento
Entendeu a explicação
E ficou bem convencido
Perdeu bastante dinheiro
Mas se achava garantido
Quando chegasse a hora
Por certo iria a desforra
Quando seu filho nascido
Passados já nove meses
Daquele acontecimento
Ele retorna ao cartório
De Registro de Nascimento
Iria ver se o muar
Ainda lhe ia negar
O fadado documento
Meu filho ontem nasceu
E eu o quero registrar
Tá nesse papel anotado
A hora e o lugar
O nome não é Mané
Eu quero que seja PELÉ
O modo de o chamar
O homem logo lembrou
De tudo do ali passado
O nome não era EDSON?
Lembrou ele, bem lembrado
Pelé não é nome de gente
Apelido é diferente
Do que vai ser registrado
O caboclo maatutou
Não largou do pensamento
Hoje é a minha vez
Foi uma questão de momento
O senhor tem a razão
Mas mudei de opinião
EDSON, ERA ANTES DO NASCIMENTO