E AGORA ?
Repentinamente,
Abri a página e abri a mente...
Coloquei-me em teste,
Mas já sabendo a resposta:
Poesia é uma arte sublime
Que profano com meus dedos
Ao digitar esses versos.
Então por que continuo?
–Pra provar para mim e para o mundo
Que sou mesmo um vagabundo,
Como tantos outros filhos de Deus...
Também quero ser amado,
Porém desde criança sou muito guloso,
Desejo o amor dos olhos e desejo o rosto
Daquela menina que virou mulher...
Desejo mergulhar na maciez do sou corpo,
Desejo tão pouco, tão pouco...
E agora, o que faço com meu legado,
Morreram os meus sonhos,
Todos foram aprisionados
Na lápide fria da sua recusa.
Eu me refaço, como outrora,
Já aprendi, e não foi de agora,
A reconstruir o meu destino.;
Já me acostumei e, não demora,
Novamente repetirá a sina,
Onde outra menina virará
Minha cabeça e eu subo em cima.
LAVRUD OHLIF |