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Poesias-->MANIFESTO -- 07/05/2005 - 17:03 (JOSE GERALDO MOREIRA) |
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MANIFESTO
Anjos derradeiros
Últimos perigos de uma noite
De passagens subterrâneas
Andávamos a vento solto pelas esquinas
Espalhando panfletos inocentes
Subversivos
De amor e da coragem d´algumas
Poesias de hoje de manhã.
Carregávamos o fardo da importância
E impotência dos versos obtusos.
Cariávamos nossos dentes com Diamante
Negro em um cinema qualquer
Assistindo filmes de James Dean
Querendo imitar os cabelos e o jeito
Víamos a passeata dos soldados e suas armas
Riamos dos pombos brancos
Soltos na ocasião. Depois, amávamos
Nossos odores no quarto barato
No centro da cidade
No final do dia, as ruas vazias
O peito arrefecido, os desejos saciados
Passeávamos de mãos dadas deito
Meninos, dois moleques
De bodoques e chiclete
Calção e canivete
Depois o amor tomou distancia
As caras, vergonha
E havia uma certa covardia
Que em nós não cabia
Arranjamos trabalho, horário
Rotina, penduricalhos
O nosso amor já tinha um jeito
De nada fascina
Estava tudo acabando
Eu ando debaixo da chuva
De agosto com as mãos
Nos bolsos.
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