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Poesias-->Caminhos -- 05/05/2005 - 19:15 (Nelson Maia Schocair) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cala-me!

Já não te ouço bradar

O grito dos mortos-vivos

E tu bem sabes

Que não dispenso

Esse nosso mau-senso

Muito falo e pouco digo

Sigo,

ligo...



Acabo de acender o velho cachimbo

Mas nem assim me sinto derrotado

Brado!

Bravo!

Ainda não te ouvi

Só te segui

‘Por onde andamos?’

‘Aonde vamos?’

Não quero andar

Nem falar

Nem nada

Nem nem...

Quero

e quero tanto

O soluço do teu pranto

Esse canto amargurado

Que assola

Minha sola

Do meu sapato...







Parece que chegamos

De onde não fomos

Não cremos no tempo que temos

Esse pobre mortal veneno

Lindo sorriso obsceno

Quase me enlouquece

Por dentro da pele

Nesta farsa que a cama repele...



Não

Não sou tinta

Nem retinta

Mas te pinto cor do sexo

Meu espelho convexo

Dor de anjo abandonado

Num céu de condenados

A perambular nas trevas...



Você já não vive

Nem sei porque falo

Destino que escalo

Eternamente por traz das sombras...

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