Uma lágrima
caiu,
amarga,
bem sofrida,
de dor,
de amor,
de solidão,
aos pés de uma roseira
inda em botão.
Caiu,
rolou,
regou de orvalho
triste
um dos botões.
Molhou-lhe as sépalas.
Seu cálice carinho
em leito quente transformou
de amor.
Quedou, lá dentro,
quieta,
e, aos poucos,
coberta de ternura
transformou-se em pérola:
a pérola mais rica
do mais puro amor.
Abriu-se a rosa,
vermelha e perfumada.
E a pérola de lágrima,
de amargura e dor,
em mil sorrisos
largos e sinceros
da linda rosa
se tornou
de amor.
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