Usina de Letras
Usina de Letras
160 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62178 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50582)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->REMINISCÊNCIAS -- 02/08/2003 - 20:08 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REMINISCÊNCIAS
Leon Frejda Szklarowsky.:
Escritor, jornalista e advogado
( Publicada Boletim da Associação Nacional de Escritores Brasília, agosto/setembro de 2000)
Ah, meu caro CATALÃO, seu artigo ( na verdade, uma deliciosa crónica ) de hoje, A ESTÉTICA DA ZORRA, fez-me recordar, gostosamente, dos anos dourados, dos anos cincoenta, do século que se está declinando, da minha infància, conquanto, agora, seja apenas um pouco menos jovem, de meus doces anos daquele cineminha, sem televisão, sem badalo, do Oscarito, do Grande Otelo, do terno caipira Mazzaropi, das cantoras Hebe e Inezita Barroso ( que tenham longa vida, para continuarem encantando com seu encanto juvenil! ), da Linda e da Dircinha Batista, da Marlene, da Elza Laranjeira (nunca mais a vi nem ouvi), do Adoniran Barbosa, dos Demónios da Garoa e de tantos outros que se fixaram, para sempre, na minha memória e no meu espírito.
Ah, que saudade daqueles tempos das chanchadas, no bom sentido, das brincadeiras sem malícia, sem pornó, das moças bonitas, sem maldade, dos rapazes do Brás e de tantos outros recantos, que hoje não passam de reminiscências.
Ah, que saudade do velho auditório da Rádio Record, naquele vetusto prédio da Quintino Bocaiúva, com a Rua Direita, quase na Praça da Sé, que não tinha ainda o metró, mas tinha o velho bonde elétrico com estribo e reboque ou o camarão, o bonde fechado, não tão fechado, que dava para respirar o ainda ar puro, que não era poluído, nem seco.
Ah, que saudade da pioneira Televisão Tupy, inaugurada pelo velho Capitão, que marcaria época e seria a desbravadora do novo meio de comunicação, pela imagem, e marcaria sua presença no Brasil e na América Latina. E eu, mocinho, lá estivera, no Sumaré, ao seu lado, naquele momento histórico.
Ah, que saudade do que já é história e dos que ali marcaram presença, os mais notáveis do imortal rádio e do cinema e, a seguir da televisão.
Ah, que saudade daquela São Paulo da garoa, das noites frias de inverno, que não voltam jamais, daquela cidade encantadora dos bandeirantes que cortaram o Brasil e o conquistaram, para toná-lo o que é.
Ah, que saudade do velho torrão das chaminés, da fumaça que expeliam, da sirene que as fábricas tocavam, no começo e no fim da jornada dos operários, da Vila Maria Zélia, onde passei minha adolescência, estudando no antigo ginásio Pedro de Toledo, depois Manuel da Nóbrega, apreciando o rio Tietê, não maculado pela maldade dos homens, com sua água alva, banhando os peixes que podiam viver na quietude de seu habitat.
Ah, que saudade do velho Largo de São Francisco, o Largo do Capim, onde está erguida a Primeira Academia de Direito, com suas arcadas e seu relógio, e seus estudantes alegres e faceiros.
Ah, que saudade da Vila Maria, onde estudei no então grupo escolar, que fornecia diploma de conclusão e não mero certificado ou papel, sem importància.
Ah, que saudade da mítica São Paulo que acolhia irmãos de todo Brasil e de todo mundo, sem distinção, para torná-lo um caldeirão de esperança, um só povo, uma só família, sem violência, sem correria, sem desgaste, sem depressão, sem neurose, respondendo à filosófica indagação, porque tanta pressa, se o tempo é apenas parte da eternidade que nunca começa, nunca termina!
Ah, como foi bom lembrar-me da juventude na Paulicéia desvairada. 06/08/2000

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui