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Contos-->Casamentos são iguais (Luis Fernando Veríssimo) -- 04/07/2004 - 19:06 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos










- Alô?! Pronto.
- Ih, que voz estranha... tá gripada?
- Faringite.
- Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites prás baladas.
- E se estivesse? Algum problema?
- Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
- E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
- Constipado.
- Constipado? Você nunca usou essa palavra na vida.
- A gente aprende.
- Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
- Viver sozinho é bom. A gente cresce.
- Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
- Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
- Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
- Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas...
- Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
- Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
- A memória dos homens é um caso de policia!
- Mas conversar com as amigas no telefone...
- Solidão, meu caro, cansaço... Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda preparar o jantar para o "HERÓI" que chega á noite. Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções...
- Você nunca reclamou disso.
- E você me perguntou alguma vez?
- Lá vem você de novo... As poucas coisas que eu achava que estavam certas... Isso também era errado!?
- Evidente, a gente não conversava nunca...
- Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada.Aparece um impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que faltou diálogo. As mulheres são de Marte.
- E vocês são de Saturno! Silêncio...
- Mas e aí, como vai a vida?
- Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém prá... e dizer o que devo fazer...
- E isso é bom?
- Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
- Eu nunca fui autoritário!
- Também nunca foi compreensivo!
- Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer mortal...
- Limitado e omisso como qualquer mortal.
- Você nunca foi irônica.
- Isso a gente aprende também.
- Eu sempre te apoiei.
- Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável ... Sinceramente, eu não sei o que faria sem você!!!...Ou você acha que fazer vinte caipirinhas uma tarde para um bando de marmanjos que assistem ao jogo da Copa do Mundo era realmente o meu grande objetivo na vida?
- Do que você esta falando?
- Ah, não lembra?
- Débora, eu detesto futebol.
- Débora!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
- Alexandre? Meu nome é Ronaldo!
- Silêncio...
- De onde está falando?
- 2578 9922
- Não é o 2579 9222?
- Não.
- Ah, desculpe, foi engano.
- Os dois caem na gargalhada.
- Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
- Modéstia a parte... Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
- Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
- E detesta futebol?
- Deus me livre... 22 caras correndo atrás de uma bola... Acho ridículo.
- Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
- Que pena... O meu já esta pronto. Risoto, minha especialidade!
- Mentira! É o meu prato predileto...
- Mesmo!?!... Bem, a porção dá prá dois, e estou abrindo um Chianti também. Você não gostaria de...
- Adoraria!
- Dá o endereço.
- Nossa, tão pertinho! São dois quarteirões daqui.
- Então? É pegar ou largar.
- Tô passando aí, Ronaldo.
- Combinado, vizinha.

Luiz Fernando Veríssimo.





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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites

dacunha_jp@hotmail.com






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