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Cronicas-->De tudo um pouco -- 02/08/2003 - 19:36 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DE TUDO UM POUCO
Leon Frejda Szklarowsky.:

? Miguel Reale, um dos maiores filósofos e juristas do Brasil, neste século, que se está esvaindo, rapidamente, lembrando as aulas magníficas nas velhas Arcadas do Largo de São Francisco, na Terra de Piratininga, proferiu, no ano passado, aos 88 anos de juvenil idade, no Instituto dos Advogados do Distrito Federal, por ocasião da merecida homenagem que recebia dos juristas da Cidade do Terceiro Milênio, uma sábia lição que ecoará pelos tempos. Enfatizou que este século se viu tomado de grandes tragédias, de violência incontida, de memoráveis lutas intestinas e guerras mundiais, desonestidade, improbidade, devassidão dos costumes, inversão de valores, mas também de grandes conquistas, no campo científico, material e espiritual, conquanto ainda haja muito por fazer. Não obstante, acrescento, estou vivo e isto é o que importa, pois posso lutar, caminhar e, sem dúvida, contribuir para um mundo melhor. Todos podemos aceitar o desafio e fazer o mesmo. Eis a grande diferença entre os homens e os irracionais. Que exemplo de vida o velho mestre nos dá!

? Mas não é só de filosofia que vive o homem. Outras boas e notáveis coisas existem. Estive, há dias, em Jataí, quase nos limites com Mato Grosso, cujo nome tem sua origem, nas pequenas abelhas, e, tal qual estas, seu povo e sua juventude trabalham intensamente. Imagine que as Faculdades locais realizaram um evento cultural e seus quase seiscentos alunos, sem contar os profissionais de direito e de administração, reuniram-se para ouvir o que de novo tinham a lhes participar juristas, administradores e executivos. Nem um pio durante as palestras. Nem o ruído produzido pelo vóo de insetos conseguia desviar a atenção dos participantes, durante horas. Que coisa boa! Que dizer de tudo isto? As pessoas interessam-se pelas novidades. Querem aprender. Nem se há de dizer que antigamente era melhor. Não é verdade. Há bons e maus momentos, em todo o sempre. Basta querer mudar.

? Bem ali, no centro do Brasil, encontram-se rastros dos primeiros homens, originários, segundo contam, de populações que habitavam o leste da Ásia, entre setenta e oitenta mil anos, atrás. E, dizem, a Arqueologia retrata tudo isto. É o período pré - colonial ou pré-histórico. Esse período compreende entre trinta e cinco mil a nove mil anos atrás. Visitei as cavernas, em Serranópolis, e as pedras, verdadeiros templos bordados pela natureza. Os abrigos e tetos ostentam as pinturas rupestres, decoradas pelos seus primitivos habitantes, os índios, que deixaram marcas indeléveis de sua cultura, conquanto primitiva. Faz bem recordar, quando o Brasil comemora os quinhentos anos da descoberta pelos navegantes lusitanos. E, também, no velho Piauí, as sete cidades montadas pela natureza recortam, com magnificência, aquela região de invulgar beleza. Isto é o Brasil, pouco conhecido. Quantas coisas lindas para serem visitadas, se o turismo fosse o carro chefe da economia, como em tantos lugares mais pobres em riqueza natural, todavia bem mais cultivado! Pasme, na Pousada das Araras, ouvi que, por não haver infra-estrutura adequada, não se recebem mais turistas que alguns minguados felizardos que têm a sorte de por lá se aventurarem.

? Brasília festeja seus quarenta anos com muitas novidades. As quadras e as prefeituras são um modelo de democracia, típico desta capital, constituindo-se, na, na fonte originária dos anseios da população, como canal entre os Poderes constituídos e seus habitantes, notadamente a Càmara Distrital, que, ao contrário de algumas manifestações espúrias, tem-se mostrado digna e não tem traído a confiança desta cidade - capital. E essas prefeituras são o exemplo vivo do que pode a comunidade unida, pela solidariedade e vontade de fazer, deixando os queixumes para os eternos descontentes. E há mais. Brasília, o centro cultural e político do Brasil, está ultrapassando as mais otimistas expectativas, projetando a pujança dos seus filhos, candangos, pioneiros, semi pioneiros e os que para cá vieram mais recentemente. Exemplifique-se com o espaço cultural criado pelo Açougue T-BONE, que, há duas semanas, com o encontro de escritores, homenageou o jovem professor e poeta Cassiano Nunes, comemorando seu 80º juvenil aniversário, na presença de inúmeros escritores, poetas e artistas plásticos e do povo radiante, não fazendo feio para os espaços culturais similares, em Paris, Londres e Nova York, para só citar alguns. Sintamos orgulho de Brasília e colaboremos para que continue verde, alegre, culta e apta a proporcionar-nos um nível de vida invejável. Esse açougue vende carne e resolveu também vender cultura.
? Entretanto, os corações dos brasileiros entristecem-se com uma nota de profunda melancolia e revolta, neste final de semana, com a carta de Hugo Maia, ao Correio Braziliense, abusando da liberdade, ao escrever que "o judeu Jaime Lerner mandava sua SS atacar os sem terra, judeus errantes brasileiros que só querem a Terra Prometida e que FHC lhe nega," esquecendo-se o missivista de que, no Brasil, a apologia do racismo é terminantemente proibida e constitui crime inafiançável e imprescritível, com fonte na Constituição. O artigo 20 da Lei 7761, de 1989, alterada pela Lei 9459, de 1997, considera crime praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Também ao Presidente da República, imputou ele omissão de ato, que na verdade não está ocorrendo, visto que a reforma agrária se está realizando dentro da realidade possível e da lei. Não é da índole do pacífico povo brasileiro, fruto da miscigenação dos mais diversos povos, coonestar atitudes que atentam contra o Direito e contra quem quer que seja. Esses atos devem ser repelidos e merecem a mais severa punição. Tudo deve ser resolvido, sem violência, exigindo que as autoridades competentes solucionem os problemas, dentro da lei. É inconcebível o retorno à pré-história e as cavernas. Basta atentar para os ensinamentos de Gandhi e do Papa João Paulo II.


BSB 7/05/2000 23:08:51
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