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Artigos-->Bookreview: SONHO DE UMA FLAUTA (HERMANN HESSE) -- 08/08/2002 - 07:02 (Lorenzo Giuliano Ferrari) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bookreview: SONHO DE UMA FLAUTA (HERMANN HESSE)





ESPETACULO PIROTÉCNICO DE DUVIDAS E CLARIVIDENCIAS





Se você é daquelas pessoas que olha a natureza e acha que tudo tem um sentido, não pode deixar de ler ou mesmo reler este livro. Os contos que o compoe são de um lirismo puro. Depois de Sidarta, Demian, O Lobo da Estepe , que questionam muito a nossa maneira de ver o ser humano, parece que Hermann Hesse, prêmio Nobel de Literatura de 1946, consegue condensar ainda mais esta preocupação. A natureza é a obra prima, ganha-se vida, tem personalidade. Nós seres humanos somos até mero servidores. Os contos fluem como pequenas poesias, as imagens são fotografias quase irreais. Você nem sequer consegue situar o lugar onde eles se passam. Poderia ser qualquer lugar. Sente-se até um ar de orientalismo. Um por de sol em uma baia com uma lua cheia despontando na outra ponta não é nada comparado com as pequenas borboletas, os sons da flauta, a colhedora de flores que Hermann Hesse nos pinta. Pinta sim e com tinta preta. Van Gogh e seu amarelo único não consegueriam ser mais perfeitos. Leonardo da Vinci com sua Mona Lisa, detalhismo ao máximo, não pintaria melhor o som puríssimo e perfeito do menino que corre o mundo e conhece o amor. Este alias é o primeiro conto e capa do livro O Sonho de uma Flauta. Muitos diria: É fútil demais, ingênuo, superficial. Isso porque não leram com o cuidado que se deveria.

O conto síntese do livro é Iris. É uma estória estarrecedora. Uma mulher no leito de morte tem um desejo impossível e pede para seu marido concretiza-lo. Este procurando saciar esse desejo envereda caminhos quase impossíveis e divaga em seu próprio ser. (O enredo é encontrado muito semelhante no filme STALKER do cineasta russo Andrei Tarkovsky) As interpretações são inúmeras. É um espetáculo pirotécnico de dúvidas e clarividências. As vezes, o livro peca pela obviosidade mas ao público que foi dirigido, odolescentes, ele serve e muito. Pode ser comparado ao livro A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera pela busca de identidade do personagem, ou a própria bíblia, a bíblia dos romanticos.

Pegue qualquer conto, qualquer que seja e dedique a sua namorada ou namorado, ela (Ele) cairá de joelhos a seus pés. Levaria sem medo até para minha avó. O homem deve ser completo. Preencher seus vazios poéticos parece ser a principal razão da humanidade. A vida pode ser tudo. O sonho de uma Flauta de Hermann Hesse é mais.

Lorenzo

30/07/1996
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