Não sei.
Não me pergunte
se sou,
se vivo,
se é bom.
De nada sei agora.
Não sei se existe vida,
Não sei se existe dor.
Não sei se sou,
Não sei se existo.
Não sei se a morte vale,
porque não sei
se essa morte extingue a dor.
Não sei se a vida,
assim,
não vale seu final.
Não prefiro viver -
será que a morte é um mal?
Não prefiro morrer:
talvez fosse melhor -
desespero? Quem sabe?
simplesmente
deixar de ser.
Porque
se eu continuasse
não seria infeliz,
e se não continuasse
ninguém seria infeliz.
Não sei.
Não me pergunte
se sou...
se vivo...
se quero...
Se você não quer ajudar-me,
deixe-me sozinho,
entregue à minha dor.
BeMendes (direitos rservados) |