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Contos-->Via Crucis? Segue reto toda vida a vida toda -- 24/11/2000 - 05:27 (Samuel Ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Velmonar está apreensivo. Depois de décadas pregando sua filosofia ele sente em seus calcanhares o peso das suas palavras. Organismos conservadores estão em sua caça, pois o julgam perigosamente perigoso. Ele, absorto em sua parada, degusta carré de porco frio, com bastante banha, pão e guaraná Nevada acompanhando. É o preço da verdade, da sua verdade, da sua missão.

Por anos Velmonar se dedicou à tarefa de informar as pessoas. Sua filosofia pregava o ódio contra o Stenpensholtzer, governante local que utilizava poderes sutis para instituir seu stablishment. Stenpensholtzer possuía todas as mulheres. Os homens por sua vez, tentavam seguir seus passos, inclusive utilizando vestes e trejeitos semelhantes aos seus para tentar impressionar as Stepenianas Ninfus, que eram as garotas semipúberes do local. Porém todo esforço e rasgação eram inúteis, visto que Stenpensholtzer, do alto de seus 70 anos, 1 vasectomia e 2 próteses penianas, imperava absoluto no Phoder Phodurístico, e acabava traçando todas as moçoilas. Além disso, Stenpensholtzer exercia um domínio, cuja legitimidade e principal característica se centrava em não deixar seu poder transparecer. As pessoas eram governadas sem o saber.

Não Velmonar. Desde seu nascimento se apregoava que um dia ele tomaria as rédeas daquele povo. Ele não gostava dessa atribuição, mas sentia que ele era o indicado para acabar com toda aquela fodelança. Os mais antigos dizem que seu nascimento foi marcado por particularidades dotadas de significações místicas. Comenta-se que Velmonar nasceu no hall de uma fábrica falida, bem na época que Stenpensholtzer, em uma fase crítica de seu phoder, havia baixado uma normativa ditando que crianças que não se tornassem belas Stepenianas Ninfus deveriam ser mortas. Como eu disse, seu phoder andava ameaçado, face à sua primeira vasectomia. Ele, em desespero, cagou essa lei que visava a inoperância de fatores adversos a fodelança que queria promover, tão logo recuperasse sua manjuba. O fato é que Velmonar havia escapado da matança. Na fábrica abandonada, ele foi parido sob os gritos estrondosos (sic) "QUEOSPARIU", que só não foram mais estrondosos pra não chamar a atenção da guarda de Stenpensholtzer. Na ocasião, reza a lenda, que Velmonar recebeu três importantes visitas: um aliado renegado de Stenpensholtzer, um terrorista Islaminicus e o filósofo Ari Exsófocles, que presentearam o recém nascido com seus dons.

Porém Velmonar somente compreendeu sua missão com o decorrer dos anos. Enfrentou dificuldades, sendo expulso de várias instituições de ensino, tendo que se refugiar em grutas intumescidas, fugindo da polícia colegial, da polícia trabalhal e de pais de Stepenianas Ninfus. Ele não queria acabar como os alienados cidadãos locais, e mais que isso, se sentia no direito de abrir os olhos cegos da população, que insistia em se deixar dominar por Stenpensholtzer, e também queria, afinal, traçar as Stepenianas Ninfus, como bom cidadão orgânico que era.

Velmonar passou a organizar debates, em que ensinava que o maior bem que podemos ter é a liberdade. Suas análises colocavam em cheque as práticas institucionalizadas, e ele ensinava formas de pensamento crítico, debatia táticas de guerrilha pacífica e ao final de tudo, como bom ser orgânico que era, organizava uma bela suruba.

Acontece que Stenpensholtzer passou a ver com maus olhos Velmonar. Tentou várias formas de persuadí-lo, num primeiro momento. Como a influência de Velmonar crescia ante a massa, tentou primeiro trazê-lo para junto de si, mas Velmonar, em tendo recebido o dom de um aliado renegado de Stenpensholtzer, também o renegou e negou o aliciamento de Stepensholtzer.

Medidas novas precisavam ser tomadas por Stenpensholtzer. Ele foi além. Sutilmente passou a queimar o filme de Velmonar no Jornal Nacional, dizendo que em suas surubas intelectuais ninguém utilizava proteção intelectual lubrificada, o que dificultava na penetração dos ideais libertários, ocasionando freqüentes arrombamentos de anais literários. Mas a população relutava em aceitar as notícias, e Stenpensholtzer passou a duvidar do poder de seu Jornal Nacional, tirando Cid Moreira do ar. Colocou nele a Lilian White Fibe, depois o Arnaldo Jabor, ainda a Garota do Tempo e por último o Caetano Veloso. Tudo sem sucesso, o que fez despencar a audiência e o pau do Cid Moreira. O povo queria seguir Velmonar e Stenpensholtzer começava a pagar caro pela política de dominação sem poder instituído visivelmente.

Stenpensholtzer já se enfurecia e precisava contornar a situação. Num ímpeto consultou os anais virgens de três Stepenianas Ninfus e teve uma brilhante idéia: a saída era o uso da força. Convocou o aposentado General Newton Cruz, que em instantes apresentou a solução: ressurgia o Doi Codi Go de Stenpensholtzer, que enquadrava em termos legais a atuação de Velmonar.


Day 1.
Sexta Feira Santa ou Unholy Fuck Day ou O Dia Em Que As Cããsa Caiu

Sexta Feira derradeira para Velmonar. Ele em sua casa, encurralado, esperando a morte chegar via patrulha do Gen. Cruz. Metaforicamente, ele reflete, e chega à conclusão de que está como um pára-quedista que pulou de um avião numa floresta cheia de picas: se fuder é só questão de tempo. Velmonar fora traído por um de seus colegas. Ante sua impotência frente às saborosas leituras dos anais, Spongas Surchas se sentia particularmente ofendido com a viril leitura de Velmonar e balbuciava as escondidas: "a inveja do pênis é uma merda". Sendo assim, resolveu entregar o local em que Velmonar estava hospedado. Velmonar sabia de tudo, inclusive da traição e do prato amargo que o destino lhe reservara. Seu destino e o dos homens estava traçado. Desde séculos era assim, um jogo de cartas marcadas, e mesmo com toda sua sabedoria e seus dons ele era incapaz de lutar contra a ignorância dos homens e a inveja do pênis. Não, amigos, não seria ele quem iria mudar isso.

Chegaram eles, os capangas de Newton Cruz e arrastaram Velmonar pelos cabelos. Durante o trajeto, colocaram nele um coroa de espinhos, bem no centro do volume da sua obra, o que lhe causou além de uma tremenda dor, um princípio de febre peniana. Os seguidores de Velmonar estavam inconsoláveis, e foram falar com Roberto Marinho para libertar o líder das massas. Roberto Marinho apenas indicou-lhes um sabonete Dove e lavou as mãos, antes de deitar-se à mesa com Dercy Gonçalves, cujos seios languidamente torneados, mais pareciam um par de maracujá de gaveta.

Já Velmonar foi morto. Embora sua morte tivesse sido ligada ao nome do General Newton Cruz (foi chamada crucificação), na realidade sabe-se que ela foi causada pela ignorância dos que governam o mundo e pelo mortal atraso dos que são governados.


Day 2.
Saturday Night Fevers ou Nóis Só Vamu Pará Quando a Xuxa Cantá

Velmonar estava morto. O programa da Xuxa foi cancelado e deu lugar ao desfile oficial de seu luto. A Fafá e o Zezé di Camargo cantaram. Tudo burocraticamente planejado do gabinete de Stenpensholtzer. Este sabe que é uma questão de tempo a retomada da ordem. Contratou com salário milionários empresários Americanos da empresa Panis et Circenses visando adequar seu projeto, e como bom tarado que era, organizou uma bela suruba.


Day 3.
Sunday Burning ou O Velmonar Morreu, Ainda Bem Que Não Fui Eu

Velmonar não ressuscitou como chegou a se comentar. Na realidade, dizem que ressuscitou, mas ninguém viu. Seu túmulo foi encontrado violado, e, dentro dele, uma camisa do Colorado chamuscada. Mas a população nem pode notar muito essas particularidades, pois domingo tinha o programa do Faustão, e ninguém queria perder as pegadinhas e o Thiago Lacerda cantando no microfone...



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