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Poesias-->Ernestina -- 27/11/2000 - 19:28 (Georgina Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Essa sensação, quantos a tiveram?

Almas negras penetrando na infância...

Ruas bucólicas, sinuosas,

tortuosas como os tendões de Ernestina.



Negra alta, cor do piche

que alinhavava as rachaduras atrevidas

do cinzento terreiro da casa.

No quarto dos fundos,passava o rouparéu infinito,

sempre inacabado...



Criança ainda, eu vislumbrava encantada

a curiosa figura multifacetada.

Histórias assombradas, curiosa suplicava mais,

olhar longínquo, nunca saciado...



Moçoilas mortas, brancas vestes,

equilibravam-se à noite nas fiações das ruas.

Antigos escravos, golpeados a mando,

retornavam vingativos, aura incandescente.

E o antigo feitor, ofuscado e cego,

jazia na ponte escura de madeira podre.



Que aliança havia entre Ernestina e a morte?

Seria a rejeição conferida pela vida,

que lhe concedia, em pratos velhos e rachados,

a pior comida, a rapa das panelas?



Ah, as negras da minha infância!

Pobre de meus filhos automatizados,

crianças mutiladas, tiveram quebradas

as asas da imaginação...










mgalbuquerque@ig.com.br





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