A fome de caráter...
para o texto: Fomi!... Éça bixa é fêia! (T816618) – do poeta Airam Ribeiro
Meu cumpadi, ocê tá certo,
A fomi é coisa do demo,
A fomi tomém tá perto
E nóis aqui tá sofreno,
Aqui pertim do Planalto,
Onde Mora o presidente
Que vevi voano alto
Num simportando cum as gente.
Pulítico tem jeito não,
Sai um ruim entra um pió,
São tudo fii de ladrão,
Só eles fica mió.
Mais da pobreza, sabeis,
Dela inté falô Jesus,
"Entre vós sempre tereis".
Antes da morte na cruz.
Num se acaba com a pobreza,
Tanta gente já tentô,
Pois já é da natureza,
Como Deus determinô.
Mas ele ajudô na fome
E todos se ajudava,
Naquele tempo, os home,
Inté que colaborava.
Hoje em dia é que a disgraça
tomô conta deste mundo,
Vê-se o extermínio de raças
Proliferam os vagabundo.
E por falá nesse nome,
Teve inté um presidente
Que assim chamô os aposentado
Na TV, pra toda gente.
Num simportô cum ninguém,
Mais hoje nóis tudo sabe
Que os presidente também,
São tudo grande covarde.
Além da aposentadoria,
Que têm sem tê trabaiado,
Recebem uma anistia
Sem nunca tê guerriado.
Sairum cá desta terra
Onde o sabiá cantô,
Para o refugio da “Sierra”
De Fidel, o ditadô.
Hoje os dois são milionário,
Do tanto que se robô,
Fome? Só no nuticiario,
Cum povo num simportô.
Se acabá cum a pobreza
Vai cabá cum as inleição,
Pois é o pobre, cum certeza,
Que elege os gavião,
Que saqueia a previdência
E os banco oficiá,
Que os rouba sem clemência
E faiz taxa pra pagá...
Se no sertão tem a fome,
Nas capitar tamém tem,
Farta vergonha nos home,
Farta caráter tamém.
A classe média acabô,
Só tem rico e miserave
O Haiti se alastrô,
Cadê minha espaçonave?
(Hull de La Fuente)
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