Ele [Jesus] disse também esta parábola a alguns que depositavam confiança em si mesmos, como sendo justos, e menosprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo para rezar; um era fariseu e o outro, publicano. — O fariseu, mantendo-se de pé, rezava assim consigo mesmo: Meu Deus, eu lhe rendo graças por não ser como o restante dos homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como este publicano. Eu jejuo duas vezes na semana; eu dôo o dízimo de tudo o que possuo.
O publicano, ao contrário, mantendo-se afastado, não ousava mesmo erguer os olhos ao céu; mas ele batia em seu peito, dizendo: Meu Deus, tenha piedade de mim, que sou um pecador.
Eu lhes declaro que este retornou para casa justificado, e não o outro; pois quem quer que se exalta será humilhado, e quem quer que se humilha será exaltado. (São Lucas, XVIII: 9 a 14.)
(Lucas, XVIII: 9-14.)
Pesquise, reflita e responda:
1. Os fariseus, você sabe quem eram. Explique agora quem eram os publicanos.
2. Sabendo que “adúltero” significava “traidor, traiçoeiro”, forneça pelo menos uma palavra de significado contrário.
3. Acha você que jejuar ou pagar os dízimos são atos de piedade perante Deus?
4. Qual era o maior defeito da oração do fariseu?
5. Qual era a maior virtude da prece do publicano?
6. Reze o pai-nosso e faça uma apreciação a respeito do valor das palavras.
Leitura complementar
QUALIDADES DA PRECE SEGUNDO JESUS
Quando vocês rezarem, não se pareçam com os hipócritas, que estimam rezar mantendo-se de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Eu lhes digo em verdade: eles receberam sua recompensa. — Mas quando vocês desejarem rezar, entrem em seu quarto e, com a porta fechada, orem a seu Pai em segredo; e seu Pai, que vê o que se passa em segredo, lhes dará a recompensa. Não estimem nunca rezar muito em suas preces, como fazem os pagãos, que imaginam que é pela grande quantidade de palavras que são atendidos. — Não se assemelhem a eles, porque seu Pai sabe de que vocês estão necessitados, antes que vocês lho peçam.
(Mateus, VI: 5-8.)
Teoria
UNIÃO PELA PRECE
O Cristo disse aos homens: “Amem-se uns aos outros.” Tal recomendação encerra a de empregar todos os meios possíveis de lhes testemunhar a afeição, sem entrar, “ipso facto”, em nenhum pormenor sobre como atingir essa meta. Se é verdadeiro que nada é capaz de demover o Criador de aplicar a justiça, cujo paradigma é ele, a todas as ações do Espírito, não é menos verdadeiro que a prece que vocês lhe endereçam por quem lhes inspira afeição constitui para ele um testemunho de saudade que só pode contribuir para suavizar seus sofrimentos e para consolá-lo. Assim que ele testemunhe o menor arrependimento, e “somente” então, recebe ajuda; mas isso não o deixa de modo algum ignorar que uma alma simpática se ocupou dele, e isso lhe deixa o doce pensamento de que sua intercessão lhe foi útil. A partir disso, resulta necessariamente da parte dele um sentimento de reconhecimento e de afeição por quem lhe deu tal prova de apego ou de piedade; por conseguinte, o amor que recomendava o Cristo aos homens só aumenta entre eles; obedeceram, portanto ambos os dois à lei de amor e de união de todos os seres, lei divina que deve levar à unidade, fim último do Espírito. — Monot.
(O Livro dos Espíritos, 665.)
Reflexão final
O amor e a caridade constituem o complemento da lei de justiça, pois amar a seu próximo é fazer-lhe todo o bem que está em nosso poder e que nós desejaríamos que fosse feito a nós mesmos. Tal é o sentido das palavras de Jesus: Amem-se uns aos outros, como irmãos.
(O Livro dos Espíritos, 886.)
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan — O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. de Wladimir Olivier (inédita).
_____________ — O Livro dos Espíritos. Trad. de Wladimir Olivier (inédita).
_____________ — O Livro dos Médiuns. Trad. de Wladimir Olivier (inédita).